Chegô o Jorginho Sale
Falando de todo mundo
E falô no nome desse
Preto Véi meditabundo,
Qui di tanto poetá.
Morreu, mais quereu ficá
Passiando nesse mundo.
Eu tenho um amô profudo
Pru tudim quitú falô,
Todos pueta arretado
Qui ganharo meu amô,
Admiro a Georgina,
I Milena, essa minina
Que veve a plantá fulô
Seu franboiam fulorô,
E as fulô deram de cacho,
Por muitas noites já fui
Ficá meditando em bacho,
A bia num geme mais
I inté festinha faz
Quando vê o preto macho.
Só tem uma coisa quieu acho,
é qui um poetá arretado
Divia di marcá presença,
Mais veve sempre afastado,
Falo do Gerardin Lyra
Inspirado i qui inspira,
Pois só faiz verso contado.
É um cabra abençoado
Cum o dom da puisia
Quiria quiele quizesse..
Siêle quizesse eu quiria
Intrançá um disafio
Quiéra di fio a pavio,
Dia e noite, noite e dia.
Prá todos un filiz Natá,
Chêi di bem-aventurança
Un ano novo repreto
Di tudo quié esperança
I inspiração jorrando
Mode os Cordé i brotando
Chêin de prosopopança.
Qui a santa filusumia
Tenha nos peito morada,
Qui as famias de todos
Seje muito abençoada,
Qui a saúde vá entrando
E o dinheiro rolando
Mode nunca fartá nada.
Qui a Virge Imaculada
I meu Padim Pade Ciço
Estenda as Santa mão
Pro mode qui tudo isso
Acontença, e qui a fartura
Dê fôrça a musculatura
I toicinho no toitiço.
Qui a Santa Paz nunca si afaste daqui, é os voto desse Prêto Véi quitém o foigo de sete Gato..
