entre laranja e ratos,
entre porões e aeroportos,
entre andorinhas e santos,
eu vivo e deixo morrer.
entre a lucidez e a cachaça,
ente o real e o imaginário,
- mas o que será o real nessa natureza?
minha boca em forma de sapato
meus dentes careados a sorrir,
estados não permitidos nesse deserto,
morrem juntos a lagartos papa-ventos,
entre marfins e esmeraldas.
entre donzelas e prostitutas,
entre John Lennon e outros poetas,
entre rosas e estrumes,
eu morro e deixo viver. |