Mistura de medo e sangue nas veias
corte no pulso esquerdo,
prenúncio de um suicídio,
anúncio de nosso medo.
Vastos cemitérios a orar aos mortos
os mortos-vivos percorrem.
Como se eu fosse de
plástico, plástico, plástico,
meto-me para dentro de mim mesmo
a percorrer ventre, vísceras, veias.
Há um vírus dentro de nós
e não sabemos, que nós não vemos,
mas que dói e mata, dói e mata,
mata lentamente...
Se eu morasse no Largo do Machado
talvez Teresa me amasse...
mas Teresa de mim se esconde,
Teresa fugiu de bonde,
Teresa, não sei para onde... |