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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->MARACATU COM ALHO VERDE -- 17/10/2002 - 17:04 (Aruaque Fressato Barbosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





MARACATU COM ALHO VERDE




Era um lugar como um outro qualquer. Havia um Rei, uma nobreza e também, uma plebe. Embora vivessem na mesma região, cada sociedade era dividida por categorias. Tinham um pensamento totalmente diferenciado. Pareciam que viviam em outros mundos dentro do próprio. Vamos começar com o Rei (Ser maior na sociedade) era quem dava a última palavra, ele era o Estado propriamente dito. Governava como qualquer outro Rei, bom em algumas horas e cruel em outras. Seu pensamento era sempre o mesmo, pensava em riquezas cada vez maiores e como estava governando diante do povo. Ele se importava com a opinião da plebe (de um certo modo). Não aceitava ouvir conselhos de ninguém que fosse, poderia ser a pessoa mais próxima do Rei, o mais próximo que se pudesse imaginar. Entretanto, mesmo assim, o Rei achava que havia encontrado a verdade.
Não admitia arruaça. Ele logo punia os culpados, fossem inocentes ou não. Ele sempre achava um culpado. Gostava de misticismo, coisas ocultas, mas pouca gente sabia disso, pois era um deboche um Rei acreditar em contos. Isso só era permitido na plebe, onde a fantasia é que sustentava a esperança do povo. Não voltava atrás em suas decisões. Achava que um Rei era quase um representante de Deus e, por isso, ele não aceitava desobediência. Para assessorar o Rei existia a nobreza, os cidadãos mais imponentes na sociedade. Toda a ambição do homem naquela época era de um dia chegar a nobreza, seja ela através da conquista de posses ou de um estudo bem feito.
A nobreza se sentia pura, livre da maioria dos pecados carnais. Ela desprezava a plebe. Havia um preconceito muito grande, quase não havendo contato com eles. Adoravam discutir sobre as coisas da vida, ou seja, das verdades inatas, o que era racional ou não. Eles eram muito individualistas, tinham uma concepção de que o caminho do mistério aponta para dentro. Sentiam-se muito importantes e valorizados. Além disso, também pensavam o quanto é importante a contribuição do nosso eu para o processo de aquisição de conhecimento e, com isso, não tinham tempo para pensar em seu semelhante.
A nobreza era uma máscara completamente recíproca. Todos a usavam uns com os outros. Homens traíam mulheres e vice-versa. A dignidade da família era fundamental, isto é, aquele que sujasse o nome da família logo seria expulso. Os jovens estudavam Astronomia, Matemática e Filosofia. Desde cedo eles eram educados para compreender o mundo e se comportar como nobres.
A plebe, povo inferior na sociedade, era constantemente discriminada pela nobreza. Era um povo humilde. A comida era escassa. Comiam somente o que plantavam e dificilmente comiam outros tipos de alimentos de outra região. Alguns não tomavam banho freqüentemente, embora o lugar fosse banhado por belíssimos rios e lagos. Com isso, a nobreza generalizava a plebe chamando de “povos mau cheirosos”. Quando a nobreza passava perto da plebe, colocavam a mão no nariz para mostrar o desprezo que tinham e também o preconceito. Era um sinal de que todos estavam fedendo.
A plebe era bastante ligada a religião. Eles acreditavam que um dia um messias, ou seja, um salvador viria para tirar as pessoas do sofrimento, pois os impostos cobrados pelo Rei consumiam quase tudo o que produziam. Eles não gostavam do Rei, entretanto, o respeitavam. Ninguém ousava criticar o Rei, pois os que o faziam tinham sempre um fim trágico.
O Rei se chamava Tales Camus III. Pouca gente falava seu verdadeiro nome, visto este não gostar da própria graça. Embora algumas pessoas falassem, nunca ousavam o mencionar em sua presença, pois, dizem os boatos do castelo que um dia o Rei ouviu um nobre zombando de seu nome. Resultado: acabou preso na masmorra e só não morreu enforcado devido ser amigo do Soberano. Um dia, a plebe foi questionar o Rei por ele não estar tratando seu povo como seres humanos e sim como animais, com impostos muito caros que consumiam quase tudo o que produziam. Também questionavam o porque durante o ano era permitido somente uma festa, geralmente era o Natal. O povo queria e clamava por mudanças. Além de comer mal, não tinham qualquer outra ajuda do Rei. Foram pedir ao Soberano para que abaixasse os impostos. Mas, revoltado com a ousadia de seu povo, decretou uma nova lei, o chamado “imposto sobre o ser humano”. Todo ser humano que habitasse suas terras deveria pagar mais uma taxa, somente porque era humano e estava usando suas terras. Ponto final. Sabiam que, deste momento em diante, suas vidas caminhariam por trilhas incertas e sombrias. Não conseguiriam, doravante, vislumbrar nem ao menos nesgas de esperança, afinal, a palavra declarada pelo Rei não volta atrás.
O Rei possuía três conselheiros, os quais se chamavam Gouges, Morkam e Taron. Eles aconselhavam o Rei nas tarefas do dia-a-dia, mas pouco adiantava, pois o Rei não dava muito ouvidos. Quando o Rei decretou a Lei, os conselheiros avisaram que o povo já pagava impostos demais e que mais um imposto poderia criar uma revolta. O Rei repudiou os conselheiros dizendo que não admitia qualquer tipo de manifestação contra ele e que qualquer pessoa que tentasse fazer do contrário, receberia a punição, isto é, seria decaptado.
A nobreza questionava a vida da plebe dizendo que o mundo podia ser somente a nobreza, que sendo assim o mundo estaria livre do pecado mundano, mas, alguns nobres não pensava assim. Era este o caso do filósofo Morkam, o qual questionava o pensamento dos nobres, dizendo que o ser humano era igual, independente de ser nobre ou não. Morkam era visto como um louco, a origem dele ninguém sabia dizer, mas sua sabedoria era suficiente para acalentar os curiosos, mas o Rei gostava de ouvir suas idéias. Não que acreditasse nelas, mas gostava de ver o outro lado da moeda. No entanto, a nobreza estava muito preocupada em saber sobre si mesma, em seu glamurar, em se auto satisfazer que não tinham tempo de pensar em outras formas racionais.
A plebe recebeu a inesperada Lei com extrema angústia, pois já pagavam impostos demais e não sabiam de onde tirariam mais dinheiro para pagar esse novo imposto. Já estavam preparando a festa de Natal quando essa revoltante Lei chega aos seus ouvidos. No começo, ficaram sem ter o que dizer, pois foram os soldados do Rei que anunciaram o novo imposto. Logo ficaram revoltados com a notícia, pois além de não ajudar, o Rei queria puni-los. Porém, não fizeram nada para mudar. Sabiam que o Rei não perdoaria quem fosse contra a sua decisão.
Mas nem todos pensavam assim. Na região onde eles moravam havia somente um homem que ousou desafiar o Rei, conta a lenda. Ele queria se casar com sua irmã, porém teve que fugir e nunca mais foi visto, pois se o Rei o encontrasse, certamente morreria. O povo sabia onde ele morava. Ficava a um dia da aldeia, no alto de uma montanha, a qual o povo chamava de “Montanha Sagrada”. Eles a chamavam assim, pois, de acordo com uma lenda, existe um anjo que guarda a montanha e quem subisse no topo desta montanha o encontraria. Se acaso tal pessoa não fosse digna e pura de coração, certamente morreria. Mas, o povo não tinha escolha. Eles tinham que encontrar esse homem para poderem salvar-se das mãos do Rei. Era a única maneira. Não sabiam como se chamava esse homem. Por isso, inventaram uma expressão para confundir os soldados que ficavam vigiando dia-a-dia a vida da plebe. Essa expressão se denominava Maracatu com Alho Verde. Tal expressão tinha a finalidade de confundir totalmente os soldados, uma expressão em forma de cumprimento. Tinham que encontrar esse homem antes do Natal, pois se essa procura se prolongasse, o Rei iria consumir tudo o que eles possuíam. Então, certamente a festa de Natal não mais se realizaria.
A ambição do Rei era o que alimentava sua vaidade. Não tinha pena dos pobres, pois pena e amor ao próximo consumia dinheiro, conforme suas palavras. A nobreza seguia sua idéia, mas Morkam não. Comentava este para o Rei que se seu povo passa fome, não há possibilidade de amarem ou ao menos simpatizarem com a figura do Soberano. O Rei retrucou dizendo que já dava comida para eles, entretanto, na maioria das vezes, era comida podre, imprópria para o consumo.
A plebe, então, reuniu-se de madrugada para decidir quem iria buscar esse homem. Durante horas discutiram sobre quem deveria ir. Foram escolhidos dois homens. Um se chamava Ronk, filho de agricultor mas bastante valente e o outro se chamava Voltram, filho de ferreiro, possuidor de um amplo conhecimento em filosofia. Os dois eram bons homens. Esta era a única esperança de conseguirem encontrar o misterioso homem. Assim, partiram para buscá-lo. A viagem duraria um dia e uma noite, porém faltava apenas uma semana para a chegada do Natal e eles não poderiam perder tempo. Caso contrário, seria tarde demais. Partiram com o primeiro raio de sol, seguiram viagem sem levantar suspeitas. Todos da aldeia sabiam daquela arriscada jornada, mas ninguém tecia qualquer comentário, pois os soldados estavam atentos o tempo inteiro. Para qualquer cumprimento o povo usava a expressão Maracatu com Alho Verde. Isso servia para lembrar que a salvação estava para chegar.
Ronk e Voltram eram amigos de infância, mas havia algumas diferenças entre eles. Ronk, achava que só com coragem e honra seria possível atingir a paz, enquanto Voltram dizia que só com o conhecimento de si mesmo seria capaz de mudar tudo em sua volta. Voltram, sempre dizia que um rato não poderia ser juiz na partilha de um queijo e nem um homem irracional seria capaz de governar um povo.
Na viagem a procura de tal homem, os dois foram discutindo as possibilidades de um novo reinado. Ronk achava que para ser Rei teria este que ser uma pessoa firme em suas decisões, valente na hora de lutar e ser humilde com seu povo, coisa que o atual Rei não o era nem um pouco.
- Voltram você acha mesmo que esse tal homem existe e que vamos conseguir acha-lo?
- Não sei Ronk, mas temos que tentar, não podemos perder as esperanças Temos que ser otimistas. Mas, algo me deixa inquieto. Lembrei-me, neste exato instante, das palavras sempre citadas por meu pai: “O otimista não sabe o que o espera”... Espero que ele esteja errado.
Caminharam durante horas. A noite foi chegando, o sol estava quase se pondo quando eles decidiram acampar e esperar até amanhecer visto que naquela região era muito perigoso andar à noite, tanto por animais perigosos que poderiam atacar quanto por bandidos saqueadores que existiam naquela região.
O Rei, nesta mesma noite, convocou os mais nobres para uma reunião dizendo que no castelo, a partir do raiar do novo dia, todos os dias, até o Natal, iria haver uma festa e que cada dia as pessoas teriam que vir vestidas com trajes diferentes. Serviria-se comida e bebida a vontade e todos teriam que comparecer e prestigiar o evento.
Todos estavam eufóricos com a notícia, mas Morkam foi conversar com o Rei:
- Oh, Vossa Majestade, porque sua Alteza não revoga a nova Lei que decretou? Pois tu tens tudo o que um Rei pode imaginar a saber, poder, dinheiro, prazer, e mesmo assim não estas satisfeito com isso?
- Morkam, meu nobre conselheiro, tecerei a ti um breve vislumbre de meus conceitos. O indivíduo procura ser honesto a sua vida toda, até o instante em que seus interesses falam mais alto. Então, este mísero e fétido indivíduo, o qual se banhava em águas de honestidade, honradez e princípios vitais passa a pensar como qualquer outra pessoa ambiciosa... Como declara o homem absolutamente íntegro apanhado roubando: "Bem, eu também sou humano." Notaste, meu afeiçoado amigo que, os homens lutam com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus princípios. A vida e as condições com as quais se depara este outrora “homem limpo” o tornam semelhante àquele que nasceu do ódio, do egoísmo e da ambição. Talvez seja este primeiro até mesmo mais deplorável que aquele, pois bebeu das duas fontes e optou por conviver com a baixeza e a escória de toda e qualquer norma fundamental que alicerça uma utópica humanidade. Eu preciso governar meu povo com firmeza e também preciso ter riqueza, pois nunca se sabe quando um ataque por traidores e insatisfeitos se dará e, além do mais, eles me desafiaram dizendo que eu não os estava tratando como seres humanos. Isso foi longe de mais. Esta Lei servirá para que nunca mais se queixem de suas condições.
- Oh meu Rei, tu és tão bom em determinados momentos, mas sua ambição irá acabar com seu poder.
- Morkam, não ultrapasse a autoridade que lhe dei, pois um homem sem cabeça não fala.
E, assim, se encerrou a conversa.
Acampados, Ronk e Voltram, faziam uma fogueira quando Ronk disse:
- Voltram, você acredita mesmo na lenda do anjo que guarda esta montanha?
- Não sei bem Ronk, mas acredito que só o que é racional é viável. Deve existir uma explicação para a tal lenda. Bom eu prefiro não duvidar, mas o que me preocupa mesmo é se vamos conseguir achar esse tal homem, e se acharmos será que vamos convencei-lo de ir com a gente? Porque diz a lenda que o tal homem misterioso era um nobre e que se apaixonou pela irmã do Rei, descobrindo o Rei mandou mata-lo, mas ele foi avisado pela filha do Rei que se chamava Enomis, partiu dizendo que um dia voltaria, mais desde então nunca mais foi visto, e suspeitam que ele esteja nessa montanha mas nunca ninguém o viu.
- Sim Ronk mas nos não temos escolha temos que acha-lo existindo ou não, isso já não parte do nosso pensamento racional mas sim da nossa fé.
Mais tarde, e a noticia tinha se espalhado por toda aldeia, e todos se cumprimentavam conforme combinaram, mas o que eles não contavam era que um deles era espião e sem ninguém perceber foi avisar o Rei, que logo ficou sabendo da tal busca.
Imediatamente, o Rei mandou chamar os conselheiros e falou; quero duas tropas de soldados, uma para atacar a aldeia para nunca mais ousarem me desafiar, e a outra quero que vão atras desses dois plebeus, eu quero os dois mortos, eles agora vão usar uma outra expressão para sua salvação. Dizendo isto Gouges, Taron, foram imediatamente cumprir a ordem do Rei e em poucas horas se formaram as comitivas para o ataque, desesperado Morkam, tenta conversar com o Rei;
- Majestade por favor não ataque a aldeia, não faça isso, deve existir um outra solução.
- Você viu o que aconteceu Morkam, eles estão se rebelando contra mim, e isso eu não admito, estão atras de um homem que eu procuro a anos, vou acertar dois coelhos com uma paulada só, quero aqueles plebeus mortos e o homem que tanto procuro também, e quem és tu para dizer o que devo ou não fazer, já não é a primeira vez que me questiona e eu não gosto disso, fique longe de mim Morkam, pois minha paciência esta ficando curta demais.
Enquanto o Rei preparava a ataque, os Ronk e Voltram continuaram a procura da montanha e do tal homem.
- Voltram nosso tempo esta se esgotando temos que andar mais rápido; calmo Ronk já estamos rápidos demais, não use toda a sua força toda de uma só vez, o tempo é a sensação do que já foi, e a expectativa ou agonia do que virá, então mantenha a calma.
Saíram para atacar a aldeia, o povo estava tranqüilo, mal sabiam o que iria vir, Morkam tentou sair e avisar o povo, mas o Rei esperto mandou prender Morkam temporariamente. Já os dois plebeus estavam andando pela floresta densa quando avistaram a misteriosa montanha, era uma visão esplendida, a montanha tinha em seu topo uma pedra enorme que dava a sensação de que ela estava olhando para eles, e então Ronk disse;
- Chegamos temos que nos apressar.
Começaram a subir montanha. Não demorou muito os soldados chegaram na aldeia, o povo não sabia o que estava acontecendo, mas logo os soldados começaram o botar fogo em tudo, a aldeia virou um caos, tudo o que eles tinham conseguido estava sendo destruído pelos soldados do Rei, alguns tentaram reagir mas os soldados cruelmente acertavam suas espadas para quem chegasse perto deles. O povo não tinha armas pois não havia guerras mas o pai de Voltram era ferreiro, e por isso ele possuía uma espada. Corajosamente foi atacar um soldado acertando-o bem na cabeça, mas logo apareceu um outro soldado que atacou-o com um golpe que acertou seu pescoço. Os soldados foram embora, dizendo que o Rei já sabia que os dois homens da aldeia fora atras de uma lenda, mas que outros soldados foram atras deles para mata-lo. A aldeia ficou completamente destruída, e o pai de Voltram falou para o povo antes de morrer
- Tenho uma revelação para fazer. Na verdade Voltram...
Não conseguiu terminar o que tanto queria dizer, e com a morte do ferreiro o povo chorava e não conseguia entender porque seu próprio Rei seria capaz de fazer estas atrocidades, e ficaram desesperados pois Ronk e Voltram, estavam na floresta e não sabiam o que estava por vir.
Subindo a montanha durante horas até que avistaram uma casa quase no topo, foram decididamente disposta a ela convicto de sua meta. Andaram muito até que Chegaram na casa, olharam tudo ao seu redor, vasculharam cada cômodo, mas estava vazia e parecia que a muito tempo alguém não aparecia por lá, vasculharam tudo a procura de alguma pista, infelizmente não acharam nada, decepcionados com o acontecido Ronk começou a chorar, dizendo;
- Voltram, nosso sonho de conseguir viver uma vida melhor se acabou o que vamos fazer?
- Ronk, nessas horas é que a fé faz diferença, e é nessas horas que há razão perde sentido.
De repente avistaram um luz branca vindo em sua direção, e um anjo surgiu diante deles dizendo;
- Fujam pois os soldados do Rei estão vindo, vão ao encontro de seu povo, pois ali que conseguiram salvá-los...
Ficaram assustados, mas correram e no final da tarde eles já tinham descido a montanha e pegado outro caminho, enquanto os soldados procuravam por toda parte. No começo acharam que foi uma alucinação, mas logo perceberam que não haveria palavras para descrever o que eles acabaram de vivenciar.
Continuaram a voltar, enquanto isso no castelo do Rei estava tendo a maior festa de todos os tempos, mandou soltar Morkam, e disse; aproveita-te, pois hoje estou feliz, e quero festejar. Morkam o olhou como nunca tinha olhado para um homem na vida, completamente decepcionado, pois já sabia do ocorrido e também da morte do pai de Voltram. Eram amigos quando jovens.
A aldeia estava completamente destruída, e o povo ainda chorava pelo falecido, e tensos pelo dois jovens que foram atras de uma lenda, não sabiam o que fazer, a única alternativa é esperar.
No outro dia chegou a noticia ao Rei de que os soldados não conseguiram achar os dois jovens, que vasculharam tudo a procura dos plebeus mas não acharam nada, nervoso o Soberano decidiu acabar com a festa de hoje dizendo; que se encerre a festa por hoje, pois não estou mais alegre.
Enquanto isso Ronk e Voltram conversavam.
- Voltram, você acredita em milagres?
- Não sei, eu nunca acreditei, pois nunca vivenciei um, agora não sei dizer.
Ficaram horas conversando sobre o ocorrido, e quando chegaram na aldeia levaram um tremendo choque, não acreditavam no que estavam vendo, o povo foi ao encontro deles, alegre por saberem que estavam vivos e tristes pelo ocorrido.
Contaram para Voltram a morte de seu pai, ele ficou pasmo seu coração mal pulsava, seu animo virou agonia e tudo o agredia. Chorou, como uma criança desespera, não sabendo o que fazer, o povo o acalentava, pois também estavam sentindo aquele aperto no coração.
O sol nasceu e mais um dia de festa no castelo, musica, apresentação de teatro tudo o que tinha de melhor, já na aldeia só havia sofrimento. Passaram o dia pensando e depois de muito tempo discutindo a melhor solução chegaram a conclusão de que deveriam atacar o Rei, mas alguns questionavam como eles iriam fazer isso, e um deles gritou:
- Como vamos atacar o Rei se ele esta cercado de soldados e nós nem armas temos?
Então Voltram teve uma idéia.
- Essa semana esta tendo festa no castelo do Rei, irei em um desses dias fantasiado a rigor, uma vez lá, matarei o Rei.
Acharam absurda a idéia pois seria muito arriscado, e quem garantia que ninguém iria percebem? Mas não tinham escolha, Ronk estava convicto de que essa era a melhor idéia tanto é que ele também se apresentou para ir. Morkam, saiu das imediações do castelo em direção a aldeia, pois ele sempre fazia isso, era o único homem da nobreza que dava atenção e que brigava junto com a plebe pelos direitos.
Avistou a aldeia com decepção e uma dor enorme, se sentiu culpado, por mais sábio que ele era não dava para descrever aquelas atrocidades. Chegou perto de Voltram, e o abraço-o conhecia o rapaz desde menino, e gostava muito dele, pois sabia de seus interesses por filosofia, mas também tinha uma confissão para fazer.
- Voltram me perdoe, sou eu o verdadeiro culpado.
- Porque você diz isso? Você é o único que se preocupa com a gente, embora você seja nobre seu coração não foi corrompido, você é um bom homem.
- Sim mas ousa o que vou lhe contar. Há muitos anos quando cheguei aqui, não conhecia nada, estava empolgado com meus aprendizados e queria somente estudar. Entretanto estudando nas imediações do castelo conheci uma pessoa que mudou o curso da minha vida, foi um choque eu não esperava por isso, conheci uma pessoa encantadora, que fascinou o meu mundo, eu estava sentindo um outro sentimento não aquele das descobertas mas sim o da paixão, se conhecemos e ficamos juntos algum tempo, mas logo tudo desabou, ela era a irmã do Rei e eu sou o homem a quem tanto procuram. Quando o Rei ficou sabendo o que estava acontecendo mandou me matar, mas naquela época eu tinha um outro nome, e consegui fugir e me escondi na montanha mas alguns anos depois voltei, mudei a aparência e mudei de nome para buscar meu grande amor, mas o Rei mantém sua irmã presa desde aquela época e até hoje eu nunca mais a vi, mas não perco as esperança, pois um dia irei a seu encontro, mas peço que me perdoem, eu não sabia que vocês acreditavam nessa história.
Voltram chorou mais uma vez e agradeceu por sua coragem e confiança de contar ao povo sua história. Enfim chegaram a conclusão que não deveriam esperam por um messias, mas sim agirem por conta própria, pois se não o fizessem ninguém o faria.
Morkam, também contou ao povo que tinham um espião infiltrado na aldeia, e que ontem o Rei tornou nobre por ter contado a ele sobre o que estava acontecendo.
A cada palavra que o conselheiro o Rei falava, eles se sentiam mais aflitos e angustiados de ódio pelo Rei. O povo contou a Morkam o que eles estavam planejando e ele decidiu ajudar, porque não agüentava mais as crueldade do Rei, “sua ambição consumia seu coração”.
O plano já estava formado, eles decidiram partir pela manhã, Morkam arrumou umas roupas para os dois e umas mascarás, pois algumas pessoas andavam assim e também diria as pessoas que perguntassem a ele que eram dois primos distantes. Enquanto isso o Rei festejava, o palácio estava eufórico pois há 4 dias estavam em festa e o Rei estava contente por aumentar sua riqueza. Com a chegada de um novo dia foram para o castelo, todos ainda dormiam Ronk e Voltram estavam preocupado e ao mesmo tempo com um ódio intenso mas Morkam os aconselhava dizendo:
- conhece-te a ti mesmo, essa era a única maneira de obter a verdade e sabedoria.
Entraram sem chamar a atenção, eles sabiam que a festa de hoje só começaria na hora do almoço, e ainda faltava algumas horas para o evento.
Foram até perto onde o Rei dormia, mas não podiam chegar muito perto, porque os soldados podiam perceber e então ai estaria tudo acabado. Ficaram no quarto de Morkam até a cerimonia de abertura, lá, quietos, só estavam esperando a hora de entrarem para a festa.
O Rei deu inicio a festa, todos começaram a dançar, era o quinto dia de festa a maioria dos convidados estavam exausto, mas tinham que comparecer ao evento da Vossa Alteza. Morkam chamou Ronk e Voltram, finalmente conseguiram entrar na festa do Rei todos os cumprimentavam pensando que eram nobres, o preconceito era zero a hospitalidade mil, e mesmo assim estavam disposto a cumprirem sua missão.
Gouges avistou Morkam e foi ao seu encontro:
- como vai meu amigo Morkam, e quem são esses convidados?
Gouges era o braço direito do Rei e tudo contava a ele.
- São meus primos, vieram de longe prestigiar o evento.
- Prazer meu nome é Gouges, posso fazer uma pergunta?
Gouges queria saber se eles eram mesmo nobres.
- Sim.
- Onde vocês moram, vocês aprendem que vale mais dar importância a razão ou o sentimento.
- Voltram olhou em seus olhos e respondeu: Se os sentidos fosse tão verdadeiros, ninguém sofreria por amor, mas não podemos dizer que um esta certo ou errado, este pensamento pode estar correto ou não, depende do ponto em que você se encontra.
Gouges ficou surpreso com a resposta do rapaz, tanto é que saiu sem a menor desconfiança.
A festa estava começando a ficar animada, quando subitamente o Rei se levanta e começa a se pronunciar.
- Meus súditos, por estar alegre com o evento que esta acontecendo no castelo resolvi perdoar minha irmã cujo honra deixou a mercê de um nobre que já não existe mais entre nós.
- Resolvi perdoa-la para que também prestigia-se a festa.
Dizendo isso mandou chamar sua irmã a imperatriz Enomis, todos a cumprimentaram e começaram a festejar, quando Morkam a viu ficou completamente sem ter o que dizer, sentiu uma tontura. De repente sentiu que a meta não era mais aquela a ser alcançada, não conseguia controlar seu corpo, seu rosto começará a ficar pasmo, seu sangue fervia, não sabia o que pensar, não era por vaidade que sentia isso, era por amor verdadeiro, após todos esses anos conseguiu encontrar seu grande amor, esperou tanto por esse momento que quando ele chegou não sabia o que fazer, nem como falar, que ele era o homem a quem jurou seu amor. Mas Voltram vendo a reação de Morkam o aconselhou.
- Mantenha a calma Morkam, o desejo é um sentimento que poucas pessoas conseguem controlar.
- Não Voltram, não é desejo, é uma esperança de vida que ressuscitou...
As pessoas dançavam, a festa estava animada e todos que estavam presentes no salão teria que dançar, inclusive Ronk, Voltram, Morkam, para não levantarem suspeitas. A dança era feita em circulo onde todos se encontravam e se desencontravam, dançavam de lá para cá, de cá para lá, quando simultaneamente Enomis se esbarrou em Morkam.
- Esperei por você todos esses anos...
- Mas é voc...
- Psiuuu..
- Vamos sair da festa para podermos conversar.
Morkam a levou ao seus aposentos, e em um tom de voz tremula começou a falar.
- Eu esperei por você todo esses anos e agora que ele chegou mau consigo me expressar.
- Me disseram que tu estavas morto?
- Consegui escapar graças a você. Quando me avisou que o Rei iria me matar, sai por um esconderijo que fica no sob solo do castelo e me refugiei nas montanhas durante alguns anos, mudei de nome, agora me chamo Morkam e também a aparência, cortei o cabelo, mudei até o meu jeito de falar para não levantar suspeitas. Depois de muitos tempo quando cheguei aqui disposto a te encontrar, nem perceberam quem eu era, falei que vinha de longe, logo viram os meus dotes para filosofia. Não desconfiaram de nada, pois ninguém desafiaria o Rei e viria ao seu encontro. Daí então só foi uma questão de tempo até me nomearem conselheiro do Rei. Fiquei todos esses anos apenas com um objetivo; o de encontrar você Enomis. Procurei por você em todos esses anos, mas algo me trouxe você de volta isso eu não chamo de sorte, eu chamo de instinto coletivo, quando muitas pessoas querem o bem, o bem acontece e vice-versa.
- Eu também fiquei todos esses anos sem saber se estava vivo ou não, mas algo dentro de mim dizia que você esta vivo e que iria te encontrar, pois tenho uma revelação para contar que guardei todo esse tempo comigo.
- Estou curiosos para saber
- É melhor você se sentar...
- Quando nós nos conhecemos, foi tudo muito rápido, de repente nossas vidas tomaram outros rumos. Após sua partida o Rei, não me prendeu, só me castigou, mas com o passar dos tempos descobri que eu estava grávida e o meu irmão também descobriu, ele não queria que ninguém soubesse disto, então mandou me prender, e fiquei presa todos esses anos. Foi tanto tempo lá dentro que já não sabia se um dia iria te encontrar, mas quando o meu filho nasceu eles logo tiraram ele de mim, e o levaram para a aldeia e deram para uma família criarem, a única coisa que pedi para os soldados é que ele se chamasse Voltram, após isso não sei mais nada, nem sei se ele ainda esta vivo.
Morkam ficou por alguns instantes desorientado, foram tantas revelações que ele mal conseguia assimilar, e por esta ele nunca imaginaria.
- Quer dizer que Voltram é meu filho...
- Porque você já o viu?
- Sim Enomis, e ele esta presente na festa para matar o Rei
- Como? Porque?
- Isto é uma longa história, o importante é que não podemos perder tempo temos que avisa-lo. Convivi todo esse tempo com meu filho e só agora eu descubro a verdade.
- Posso vê-lo?
- Sim, vamos...
Quando saíram dos aposentos, Gouges os avistou, sem entender o que estava acontecendo foi logo falar com o Rei.
- Oh alteza, acabei de ver sua irmã a imperatriz Enomis com Morkam em seus aposentos, os dois estavam a sós.
O Rei reuniu alguns soldados para ficarem de olho neles e quando ele desse o sinal eram para prende-los.
- Você esta sendo um ótimo conselheiro, continue assim Gouges.
Morkam e Enomis voltaram para a festa, mas mal sabiam eles o que estava para vir. Começaram a dançar, e Morkam falou:
- Voltram, Ronk, venham aqui!!!
Quando chegaram a imperatriz sabia quem era Voltram, nem precisava falar, seu coração já dizia isso.
- Voltram você precisa saber de algumas coisas que acabei de descobrir.
- Não temos tempo Morkam, temos que agir rápido, antes que nos descubram.
- Escute, na verdade seu pai não morreu, e sim morreu a pessoa quem te criou.
- O que você esta falando Morkam, eu vi meu pai morto, e que história sem fundamento que você esta dizendo que ele me criou.
Enomis não se conteve e falou:
- Filho eu o esperei a minha vida inteira para encontra-lo
- Morkam, esta mulher esta louca.
- Voltram escuta o que eu tenho para falar.
- Quando eu e a imperatriz nos conhecemos, você já sabe da história, o que você não sabe é que o Rei a prendeu porque ela estava grávida e não queria que ninguém soubesse disto e quando seu filho nasceu o tiraram dela, mas ela só fez uma objeção, que ele se chamasse Voltram, após dizer essas palavras o levaram para a aldeia para cuidarem dele.
- Eu não posso acreditar, mas porque nunca ninguém me disse nada?
- Era para te preservar Voltram, caso essa história chegasse aos ouvidos do Rei você certamente estaria morto
- Vocês não acham que quem deveria decidir isso sou eu?
- Concordo com você, mas com medo de perde-lo resolveram te proteger, nem sempre o amor tem razão...
Não sabiam o que dizer, quando Enomis falou:
- Esperei tanto por este momento que palavras não pode dizer o que um amor pode fazer, mas peço que me perdoe;
Quando ela acabará de dizer isto, o Rei deu o sinal, rapidamente os soldados prenderam os quatro.
- Vocês estão presos, e quero saber quem é você de verdade Morkam. Dei-lhe todo o meu apoio e minha confiança, e mesmo sim tu me traíste. Gouges estava certo, você foi a fruto que apodreceu, esta na hora de joga-lo fora, e você minha irmã, me apunha-la pela Segunda vez, agora tu vais ser punida como merece.
Após essas palavras mandou que os soldados retirassem eles dali, e a festa se encerrou por hoje.
Após longas torturas o Soberano ficou sabendo da verdade, e que estava correndo perigo na festa, entretanto ninguém contou a ele que Voltram era seu sobrinho, mas deram motivos demais para o Soberano ficar com os nervos a flor da pele, mandou imediatamente inforcálos.
O povo ficara sabendo do ocorrido, logo se desesperaram e foram a praça publica onde acontecia os enforcamentos, só que agora eles foram dispostos a morrerem. Nunca o Rei tinha ficado para ver suas atrocidades, mas hoje ele estava cego de raiva e queria ver com seus próprios olhos. E então começou a pronunciar; tal fato nunca o fazia.
- Meu povo, tu dissestes que não faço nada para ajudá-los, pobres tolos, nunca se contentam com o que tens, porém estava fazendo muito além do que merecem, e vocês míseros vermes, sujos e mau cheiros tentaram me matar, e quem com ferro fere com ferro será ferido, agora matarei esses quatros desertores, cujo esse mundo já não permanecerão.
A cerimônia para o enforcamento estava começando quando o povo começa a gritar:
- Tales Camus, Tales Camus, Tales Camus, Tales Camus...
Pronunciar seu nome para o Soberano era o mesmo que uma blasfêmia, a plebe sem armas corajosamente enfrentando o Rei. quando o Soberano viu aquela cena ficou enfurecido com a ousadia de seu povo, e mandou que os soldados os atacassem, mas o povo não tinha armas e só ficaram olhando e quando os soldados chegaram perto para atacar aquelas pessoas indefesas a imperatriz gritou:
- Esperem, não matai-vos uns aos outros, não façam parte desta discórdia, vocês são um só povo a diferença é que uns são camponeses e outros soldados, por favor não se matem, porque depois que terminarem a luta haverá somente sangue e sofrimento, porque vocês não cortam o mau pela raiz. Quem é o verdadeiro responsável? Pois eu digo quem é, é você meu irmão, sua vaidade e seu poder tomou conta da sua razão, e por isso, você não consegue enxergar a verdade, pois esta usando os óculos da ambição e da maldade.
As palavras ditas por ela causou um tremendo impacto, os soldados não sabiam se atacavam ou enfrentavam o Rei, a Nobreza vendo tudo através da janela do castelo estavam apavorada com o que via, nunca em suas vidas tinham vivenciado algo parecido.
O Rei ordenava para o ataque mas vendo o povo sem defesa os soldados como num passe de magica, ou melhor, em um espírito coletivo, largaram as armas. Os carrascos saíram do palco onde a punição seria executada, todos estavam sentido que aquilo não podia mais acontecer.
Como em um tabuleiro, o Rei ficou cercado, todos foram ao seu encontro, e Voltram tomou a palavra.
- Como pode um ser humano cujo honra foi consumida pela ambição querer governar um povo, não enxergas que estão sofrendo com sua crueldade?
- Quem és tu para dizer como devo agir, tu viestes da plebe, com isso tornaste impuro para governar ou se quer me dirigir a palavra.
Notará que a voz do Rei já não era aquela com estrema firmeza, de repente todo o seu reinado se volta contra si, e percebendo isso tenta dar a última cartada, mas a Imperatriz Enomis começa a falar.
- Meu irmão, mesmo sabendo que eu estava grávida e que era sangue de seu sangue me prendeste na masmorra onde passei frio e fome e não tivestes pena de mim um instante se quer, agora por vaidade me solta e me mata? E nunca mais se dirija assim com seu sobrinho, o filho que roubaste de mim, estas agora em sua frente.
Todos a olharam surpresos, principalmente o Rei e ela continuou;
- Escutem, a lenda que vocês procuram esteve com vocês todos esses anos, ele é Morkam, a muitos anos atrás eu me apaixonei por ele mas meu irmão descobriu e queria nos matar, o Rei sabia que eu estava grávida por isso me aprisionou para que ninguém ficasse sabendo, anos se passaram e ele voltou, mudou de aparência e de nome, chegou como Morkam, logo o Rei gostou dele, que ironia do destino, mas aqui esta ele e seu nome verdadeiro é Ervil.
- Você acha mesmo que este deplorável indivíduo possa ser seu filho, oras tu deves estar louca.
Voltram tomou a frete e disse;
- Cale-te ou mato você com a mesma cerimonia que se mata um porco selvagem, Tu não és digno para falar sobre qualquer cidadão que estejas aqui, por isso se o povo concordar nomearemos Ervil e Enomis como nossos Reis.
O Rei estava desesperado, quando falou;
- Vocês não tem esse poder para fazer esta ousadia. O Rei não acreditava o que estava acontecendo, tudo o que havia conquistado estava escapando de suas mãos, quando Ervil começou a falar.

- Não queres acreditar, mas acabou, e acabou onde começou, na hora em que sua ambição começou a falar mais alto do que sua razão. Meu povo não sou digno de ser um Rei mas vou falar como uma Majestade deve se comportar. Para ser um bom Rei não basta Ter nascido em um castelo mas sim Ter alguma razão em si; em qualquer circunstância, mantém-te tu mesmo, não fujas da tuas conseqüências. Não te aprestes superior ao que és, nem te subestimes, a ponto de parecer o que não sejas. Visando por uma posição melhor, empenha-te para lográ-lo. Descobrindo imperfeições, luta por te aprimorares. Mente, todo aquele que exibe dotes que não possui, quanto o indivíduo que os esconde e os nega. Ser autêntico, é forma de adquirir dignidade. A ascensão é lenta para todos, quem hoje triunfa, começou a batalhar antes, quem está combatendo, conquistará a vitória depois. Não te constranjas por seres um espírito em provação, para começar a prosperar é preciso revolucionar. Não minta, pois você só vai perceber que a mentira não vale a pena, quando mentir para si mesmo, e nosso Rei parece que se esqueceu de tal fato.
A plebe e os soldados se formaram uma só corrente e ali mesmo prenderam o Tales Camus III, acusado pela morde de um plebeu e das atrocidades cometidas por ele. Não o mataram, pois caso o fizessem estariam sendo piores do que ele. Contudo ficou preso na masmorra com todo o seu ouro, e como todo Soberano tinha um conselheiro, nomearam Gouges, sua traição o levou para onde nunca esperava, era como dizia o povo da aldeia; o que se planta o que se colhe...
Todavia, não que o bem tenha triunfado como alguns dizem, mas tiveram uma forma mais humana de viver. Ervil e Enomis foram coroados Reis e Voltram filho do casal foi condecorado príncipe. Ironicamente passaram pela primeira vez o natal no castelo, todos juntos, a plebe, os soldados e a nobreza com e mesmo espaço, logicamente a nobreza desprezava a plebe mas não podiam fazer nada, pois antes conviver com eles a perderem tudo o que tem. Preferem ter dinheiro à vontade de viver.
Com um Rei mais humano e com um povo mais tranqüilo, não chegaram a alcançar totalmente paz, mas tiveram maiores momentos de felicidade, onde a plebe ajudava o Rei a governar, pois Ervil sempre dizia;
- Um povo que não participa de suas ações junto com o Rei de nada servem, a democracia só se concretiza com o respeito das minorias e com igualdade nas partilhas, não sou dono da verdade, mas creio que juntos vamos percorrer caminhos, a procura dela...


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