Esquina do canto
PrendaRGS
fev/2002
Conto o conto , reboco as horas ,
desfiando ocas ,enfiadas,
em barbante roto, esfiapado
de tanto pendurar moras
de rescaldos e penhoras!
Canto à toa e não entoa,
no entanto escoam fontes ,
cravando nos horizontes,
ponto a ponto a voz dos montes,
o eco de versos tontos!
Conto e aponto plúmbeas nuvens ,
chuvas e estiagens.
Nas curvas desta viagem
turvas lágrimas deságuam
mágoas fartas na bagagem!
Conto os pontos do bordado,
pontes sobre valas secas,
cato letras mal traçadas,
semeio pardas sementes,
céus nublados sem estrelas!
Canto dobrando a esquina
esverdeante atapetada,
guardo manto esmeraldino,
brisa mansa perfumada,
dantes véus esvoaçantes
hoje turbante amassado!!
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