Sampa
Sampa das manhãs nubladas,
dias ensolarados
noites gélidas...
Vivia as quatro estações
no mesmo dia,
quando lá morava.
Durante a manhã, garoava:
orvalhavam gotas, ávidas de bom dia.
À tarde, batia o calor da saudade
e de nada me serviam as sombras
das copas das árvores.
Nas noites de frio, corpos nus se aqueciam
e envolta em um abraço moreno,
esquecida do tempo, eu adormecia.
Chovia aos cântaros em sampa...
Despertei, muitas madrugadas, molhada
por uma tempestade de beijos.;
em meio a um pântano de carícias
e, assim, de pernas bambas, gozava
da mais bela poesia:
amava,
era amada.
© Valéria Tarelho - 24/06/02
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