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cronicas-->A festa -- 05/02/2002 - 15:34 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Imaginemos um badalado encontro.
Uma reunião para comemorar o aniversário de um ilustre cidadão. O palco desta festa é uma luxuosa mansão no bairro mais elegante de São Paulo e com o metro quadrado mais caro do Brasil. A refinada anfitriã, uma linda senhora de tradicional família paulistana, recebe a todos com simpatia e afetuosos abraços. Veste um conjunto preto de conhecida grife européia. Uma gargantilha de pérolas, com travessões em ouro, e um broche cravejado com brilhantes dão um suave requinte na simplicidade da sorridente recepcionista.
Os anfitriões são pessoas famosas. Um casal reconhecido internacionalmente. A festa, muito concorrida nos espaços das colunas sociais dos mais diversos órgãos de comunicação, faz com que os jornalistas disputem espaços nas calçadas em busca de um clic ou close dos convivas mais ilustres. São políticos de todos os matizes, profissionais liberais e célebres e bem sucedidos empresários que prestigiam a amizade do ilustre casal. Os carros, a maioria importados, são guardados por manobristas no estacionamento especial para visitantes em um dos jardins.
As iguarias especialmente importadas do velho continente, o champanhe e os vinhos de guarda são de uma safra especial de prestigiosa vinícola francesa, cuidadosamente armazenados em adegas refrigeradas no subsolo da mansão. Os cálices de cristais tilintam nas vastas salas ornamentadas com belas e variadas obras de arte.
Meia-noite enquanto algumas das celebridades estão se despedindo, outras estão chegando e a animação da festa continua madrugada adentro. Certa hora desta memorável noite de alegria, elegància e requinte, uma atitude de bondade e educação, a dona da festa oferece aos excluídos jornalistas, persistentes em frente a sua residência, uma prova do banquete. Muito simpática, diga-se de passagem, esta famosa senhora.
Quando o derradeiro convidado vai embora, um sonolento mas atento fotógrafo registra o último sorriso e aceno da elegante senhora no portal de sua residência. O flash da máquina fotográfica ilumina, como um clarão de luar, o rosto feliz que se despede da noite e some por detrás de porta que se fecha.
Na calçada oposta ao portão, um solitário catador de papel cruza lentamente, puxando sua carroça na madrugada paulistana. A sombra da noite acompanha o andar trópego e solitário deste andarilho dos logradouros urbanos. Uma leve brisa se debruça sobre as árvores e acaricia suas faces cansadas.
Em frente a mansão, algumas garrafas vazias de vinho francês ficam jogadas ao chão no meio-fio da calçada.
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