A probabilidade de ser provável
o improvável encontro de nossos lábios,
me lembra os ponteiros de um relógio.
Ainda não sei se o dos segundos
em relação aos minutos,
ou dos minutos
em relação às horas.
Apenas se encontram em vezes já saudosas e depois passam em desencontro – com a certeza de se encontrarem, ou em uma hora, ou em um minuto.
E eu perdido neste tempo do não encontro,
esperando tua visão casual na livraria, no café, na esquina...
na cama.
Nunca estás.
Vivendo entre vultos que passam e voltam.
Esbarram.
Tua presença será de luz entre tantas sombras. E na penumbra sinto a chegada do momento, o encontro dos ponteiros que já me espetam.
Preparo o galanteio,
A frase,
O toque,
Passaste.
Foi o encontro menor, no segundo em que não consegui te beijar...
Esperar o encontro maior é o que me resta esperar.
Rodrigo Fontana
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