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Artigos-->A bomba-relógio -- 03/10/2006 - 16:52 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A BOMBA-RELÓGIO



Ubiratan Iorio *



(Publicado no Jornal do Brasil em 02/10/06)



Aquele que os brasileiros escolheram ontem – ou serão novamente chamados a escolher, caso haja segundo turno - para nos governar durante os próximos quatro anos, terá uma tarefa bastante ingrata para executar, seja pela impopularidade que provocará, seja pelas dificuldades políticas que terá para levá-la a cabo. Refiro-me à verdadeira bomba-relógio que o governo petista está armando desde o início deste ano, com o fim claro de reeleger o presidente-Pinóquio, aquele que afirma nada ver, ouvir e saber. Não se gasta tanto sem um preço a ser pago, assim determina a inexorabilidade prática que o bom patrício dono da padaria da esquina e o cantante paesano gerente da banca de revistas do bairro conhecem melhor do que muitos PHDs em Economia formados em certas escolas...



Quando governos gastam, necessariamente – e como esta aritmética elementar é incômoda para a maioria dos políticos! – têm que buscar as fontes de financiamento para tal, que são apenas quatro: emissão de moeda (que gera inflação), aumento na tributação (que sufoca a livre iniciativa), maior venda de títulos públicos (que eleva a taxa de juros) e contratação de dívida no mercado internacional (que debilita as contas externas do país). Ora, o governo petista, coincidentemente ou não, depois da saída de Palocci da Fazenda, da proximidade das eleições e da sucessão de incríveis escândalos envolvendo pessoas muito próximas ao presidente, resolveu abrir escancaradamente as “burras” fiscais, sem a menor cerimônia. Por outro lado, o Copom, desde setembro do ano passado e, portanto, há mais de um ano, vem reduzindo paulatinamente a taxa Selic, em parte porque havia mesmo algum espaço para baixá-la e em parte também por conta das eleições; a carga tributária, de cerca de 40% do PIB, não tem mais como continuar crescendo; aumentar a dívida externa pública, por ser uma alternativa que já causou muitos problemas no passado recente, está fora de cogitações e permitir expansões acima do desejado na oferta de moeda, além de não fazer mais parte do cardápio de qualquer governante responsável no mundo de hoje, nos remeteria de volta ao triste período em que os brasileiros, especialmente os mais pobres, foram devastados por um processo inflacionário absolutamente ensandecido.



Como o futuro presidente irá desarmar a bomba-relógio do financiamento da orgia orçamentívora que vem ocorrendo nos últimos meses para reeleger o atual? Bem, se este senhor for reeleito – diria um passante distraído – ele que se “vire”, de acordo com o ensinamento que manda Mateus cuidar dos filhos que pôs no mundo. Só que, seja lá o que se passa na cabeça de alguém que nada vê, sabe e vê à sua volta, na condição de presidente, acabará afetando toda a população.



Quem quer que seja o ungido pelo povo, parece-me que a agenda mínima a ser cumprida deve começar por uma reforma política com vistas à obtenção de maioria estável no Congresso e, a partir desta, por um pacote que contemple as reformas do Estado-elefante, a saber, a tributária, a previdenciária, a trabalhista, a administrativa, a desburocratização, o desmonte do aparelho partidário inoculado no serviço público e a autonomia do Banco Central. Estamos adiando essas reformas desde o início dos anos 90 e, curiosamente, os sucessivos governos desde então vêm sendo “xingados” de neoliberais...



A esta altura do campeonato, Lula, mesmo se reeleito, não disporá do capital político que detinha há quatro anos, depois de tantos escândalos a milímetros de sua cabeça. Se o vencedor for Alckmin, ainda se pode esperar algum progresso, desde que a agenda acima seja levada a cabo. Mas o primeiro abacaxi a ser descascado é o desarme da bomba-relógio...







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