A lado do berço dourado
estava o limo.
Berços de ouro, homens iluminados?
Um pouco de ouro jogado no lixo,
um punhado de terra guardado no bolso.
Às vezes não há tempo para argüir.;
o passo em falso para o cadafalso.
E ainda restava uma lágrima para cair.
Ao lado da estrada
estava a criança arrastando um boneca
pelos cabelos.
Tantos caminhos, tantas perdas,
tanta beleza vinda e bem-vinda.
No calvário não há cruz,
somente um amontoado de pesares.
Ao pé da montanha há um ponto sem luz
e um olhar sem fronteiras.
No encalço dos dias
as vontades foram suprimidas,
a crença hostilizada,
a coragem foi maquiada,
transformada em aceitação instantânea
e trancada num cofre de medos sem chaves.
(Editora Causas Próprias - ediçãodo autor)
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