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Artigos-->Pastor evangélico-Pr. João Falcão Sobrinho -- 26/10/2006 - 10:32 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pastor evangélico.





Pr. João Falcão Sobrinho

falcaosobrinho@uol.com.br





Tempos atrás, precisei adquirir um esguicho. Após pesquisar preços em três lojas, descobri que o aparelho estava em promoção numa delas na Taquara, mais barato e podendo ser pago em quatro vezes sem juros. Sentei-me à mesa frente a frente com a vendedora para fazer a ficha e fui respondendo às perguntas de praxe: nome, endereço, telefone, CPF, data do nascimento, etc. Em dado momento, ela me perguntou:

-Sr. João, qual é a sua profissão?

-Pastor evangélico, respondi.

A moça arregalou os olhos como se estivesse diante de um extraterrestre e insistiu:

-Pastor evangélico?

Ante a minha resposta positiva, ela depositou a caneta sobre o papel e disse:

-Só com a assinatura do gerente e ele não se encontra...

Não pude esconder meu espanto:

-Qual é o problema?

A vendedora foi direto e rude:

-Pastor evangélico é a categoria que tem menos crédito na casa. Já tivemos tantos problemas com pastores evangélicos que, agora, só com autorização expressa do gerente e a instrução para o caso é sempre dizer que ele não se encontra.

Fui tomado de um constrangimento tão grande que me levantei e saí meio tonto, sem nada dizer. Atravessei a rua, fui ao caixa eletrônico do Bradesco, saquei o dinheiro, voltei à loja e adquiri o esguicho por meio de outro vendedor, pagando à vista, cash. Voltei para casa entre frustrado e desolado. “Então é esse conceito que os pastores evangélicos fazem por merecer?” A esposa de um colega que trabalha em um banco satisfez minha inquietante curiosidade. Pessoas que se apresentaram como pastores, alguns com carteirinha de pastor e tudo, deram tanto prejuízo que, naquele banco, a categoria profissional que menos se enquadra no “perfil” para obter empréstimos é a dos pastores evangélicos.

O caso se tornou tão serio que já há igrejas, sim, irmão, igrejas batistas também, que, depois de varias experiências frustrantes, estão inserindo entre os pré-requisitos para a indicação de candidatos ao pastorado, um novo item: “Sem pendências no SERASA nem no SPC”. O que seria absurdo imaginar poucos anos atrás, está aí diante dos nossos olhos. Triste realidade!

Não me veio à mente reclamar meus direitos no PROCON, nem manifestar meu repudio contra os pseudopastores e falsos evangélicos que denigrem nossa imagem.

Os escândalos que esses pretensos evangélicos, inclusive batistas, estão causando na sociedade, não nos devem despertar inquietação, mas compaixão, quebrantamento, oração suplicando pela misericórdia de Deus sobre nós mesmos e, acima de tudo, uma busca de mais fervor, mais empenho, maior sentido de urgência na evangelização do Brasil.

A mais eficaz denuncia contra a corrupção será manter nossa própria incorruptibilidade. Só assim poderemos ter autoridade espiritual para interceder pela nossa querida Pátria e proclamar o evangelho de Jesus. Não aconteça de querermos tirar o argueiro dos olhos dos falsos irmãos sem antes tirarmos a trave dos nossos próprios olhos.

Jamais poderemos transformar nossa sociedade tão corrompida sem estarmos inteiramente tomados pelo amor de Cristo e sem estarmos dispostos a subir com ele a escarpa do Calvário. Denunciar as injustiças do mundo é fácil. O difícil e o que importa, o que Deus requer de nós, é que sejamos nós mesmos justos, éticos, santos em toda a nossa maneira de viver e que proclamemos com ardor o evangelho de Cristo.

Como crentes, como igrejas, como Denominação, podemos afirmar que estamos dentro do perfil que Deus tem para nós? Quanto a mim, pela graça de Jesus, quero, sim, continuar merecendo ser um pastor evangélico aprovado pelo Senhor, sem ter do que me envergonhar jamais.(O JORNAL BATISTA, Rio de Janeiro, 15.10.2006).

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