Barjas Negri vai aproveitar a viagem para cuidar de assuntos mais importantes
Em depoimento marcado para às 15h de hoje à CPI dos Sanguessugas, no Senado Federal, o prefeito de Piracicaba Barjas Negri (PSDB) pretende esclarecer aos parlamentares que não teve participação no esquema das ambulâncias no período em que foi ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Barjas vai aproveitar sua ida à Brasília para cobrar o andamento de pedidos já feitos por ele aos ministérios das Cidades e ao da Saúde visando a liberação de mais dinheiro para Piracicaba.
Na tarde de ontem, o prefeito afirmou que viajaria no final da noite, após cumprir sua agenda na administração municipal. Em Brasília, ele deve se encontrar com o advogado Cláudio Pimentel, que o acompanha no caso.
Barjas garantiu estar tranqüilo com o depoimento à comissão, e considerou um procedimento banal do Congresso. “No tempo que passei em Brasília fui chamado a várias comissões para prestar esclarecimentos. Não vai ser diferente”, falou.
O prefeito espera um tratamento cordial por parte dos deputados e senadores, inclusive os de oposição. “Não sou acusado de nada. Não há nenhum inquérito. Fui convidado a dar esclarecimentos e isso não tem nenhum problema. Tudo indica que vão somente pedir informações”, disse Barjas.
Em relação à pressão a que pode ser submetido em razão das denúncias, o prefeito demonstrou despreendimento. “Estou indo como convidado e portanto espero um tratamento de quem é convidado a esclarecer a comissão. Não me preocupa a pressão ou coisa parecida. Responderei o que eu sei”. Barjas comentou que se preparou para o depoimento reunindo dados da época em que ficou à frente do ministério, principalmente sobre execução orçamentária e convênios. O tucano não pretende apresentar documentos aos parlamentares. “Vou levar apenas anotações”.
José Serra também foi ministro da Saúde
O governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), está em Washington (EUA) para renegociar empréstimos para o metrô de São Paulo e não comparecerá à oitiva marcada para o período da manhã. Serra só voltará ao Brasil por volta do dia 15. Amanhã, devem ser ouvidos os ex-ministros Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB), que atuaram no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O prefeito de Piracicaba é acusado de facilitar a liberação de emendas para a compra superfaturada de ambulâncias pela família Vedoin, dona do grupo Planam. O empresário Abel Pereira, dono da Cicat, é indicado como “operador” do esquema na gestão de Barjas no ministério. A defesa do empreiteiro nega a versão dos Vedoins.
PSDB QUEBRADO? – Reportagem veiculada ontem pelo portal do jornal “Folha de S. Paulo” afirma que o governador eleito de São Paulo cogita liderar a criação de um novo partido de centro-esquerda, já que ele avalia existir um “vácuo político” no país. Amigo pessoal de Serra, Barjas não quis comentar a informação. “Vou verificar. Não sei do que se trata e não posso dar declarações a respeito”.
