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Poesias-->HOMENAGEM À MALHADINHA -- 03/07/2002 - 17:41 (ALEXANDRE FAGUNDES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ando numa fraqueza de fazer dó.

Mas ninguém tem pena, não!

Eu que rale.; que ache jeito de ralar!



Se eu soubesse que era assim,

não tinha vindo de lá,

ou até vinha, só não trazia a esperança!

Mas ela veio e só se perdeu depois, como eu.



Pois vim eu e a esperança.

E veio conosco a Malhadinha, minha melhor galinha.

Veio no pote de farinha...

Já virou merda faz tempo!

Eu na cadeira e ela embaixo, na lata.

Deu dó matar.; mas eu ia morrer de fome?

E eu também já sou merda, Malhadinha. Faz tempo!



Patrão que é patrão não tem pena.

Eu não tive estudo e ele não tem educação.

Minha finada mãe - que Deus a tenha –

dizia que pobre pode não ser estudado,

mas precisa ser educado.

Patrão não é pobre, então:

- Carrega mais, Zé! Deixa de preguiça, João!

E a gente vai nessa toada. Vai, mesmo sem querer. Senão...



O curioso é que aqui cansa mais, muito mais!

Lá no sertão, cavalo não pesa, fardo não pesa,

inchada não machuca, facão não machuca,

madrugada não cansa, lida nenhuma cansa.

Aqui não.; tudo cansa, tudo machuca, tudo pesa.

Principalmente a saudade e a maldade.

Principalmente a idade que vem

e a fé que se vai.



E eu vou dizer o que pros meninos de lá?

Fica ai e morre de fome.;

ou vem pra cá e vira comida?

Fica no seco de dar dó.;

ou vende barato seu suor?

Fica na terra sem valor.;

ou bota preço no teu corpo?



Não digo nada, não.

Quem tem que dizer é Deus,

que mandou a gente nascer lá.;

que arrasta a gente pra cá.;

que segura a gente com vida...

mas não ajuda a gente a viver.





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