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Poesias-->POEMA INDIGENTE -- 03/07/2002 - 19:14 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


POEMA INDIGENTE



Uma palavra seca essa

sobre a lousa vertical

que se diz fria.



Ali, assim, desnuda.

Um fonema indigesto

que se autofage.



Notável passageiro desnudo

símbolo sem guia,

inumano.



Mero totem sem origem

nem cultura, invenção

descolonizada.



Chamam-na letra, sinal,

alocução meio alheia

ao pálio mundo.



Filho sem pai ou mãe

objeto informe, pois

nascido em si só.



Labareda crepitante

sempiterna, tal que seja

infestante feito hera.



De doer, torpe, meritória

substância auferida

dos monedes.



De zumbido do vento

impermanente, carimbo

pusilânime, ferido.



Expressão rota, escrota

emurchecida, vilã

e inocente imerecida.



Construir-se-lhe um altar,

desconstruir-se-lhe antes de o

sol tardiamente amanhecer.



És punhal, poção, policromia

espraiando meus ossos

na parede,



Flagelo és, impropério

melodia, sem tom, nem

motivo que se enrede.





Algibeira profunda, apatia

com razão implausível,

inarmonia.



Por vezes se me faltas,

rodopio, à procura

de escol substituta,



Um esforço inaudito

faz-se escólio, eleger-te

mais altiva prostituta.



Todas juntas, reunidas,

conspirantes, feito hunos,

vândalos infantes.



Acender um cigarro, incendear-te

sob o ígneo vício

de inocentes.



Ceifar-te fantasias carcomidas

tecidas por um tempo

sem memória.



Se és padrão de padrões

interrompidos em coitos

prolongados, ruidosos,



Saber de que modo, em

quais instantes, todos

esses por vezes encobertos?



Condeno-me aos amanhãs

intermitentes, contados

ao sabor de nunca mais.



Retenho-me na última sexta-feira,

de modo que me alcances

no varal,



Da casa construída na sentença

sintaxe, analógica

e mortal.



Por isso e aquilo me declaro

morto, inútil, vil e pesaroso

apesar da gravata borboleta



Minha página branca, virtuosa

hoje apenas de amarelo

jaz, vistosa.



Sim, prosseguir no périplo

insalubre, palavra por palavra

assassinar,



De modo que respondas

pelo crime de tanto

te amar, amar e amar.





Walter Silva

Nova Cruz, 03.07.2002.























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