A militarização necessária do controle do tráfego aéreo
Políbio Braga, 11/11/06
Não tem nada que desmilitarizar o controle do tráfego aéreo brasileiro, mas completar a militarização. Já foi um imenso erro tirar a Infraero das mãos dos militares, entregando o comando a políticos civis incompetentes e corruptos. Nem falar, então, na entrega da Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, para políticos também incompetentes e inexperientes, como é o caso do próprio presidente, Milton Zuanazzi, amiguinho da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
A área precisa de disciplina militar (sem paralisação por qualquer razão) e pesados investimentos. O caso dos controladores de vôo apenas ganharam espaço porque não foi tratado como insubordinação militar, já que se meteram na administração do imbróglio os ministros Valdir Pires e Luís Marinho. Ambos já levaram um chega-pra-lá e se reecolheram aos seus cantos.
Foi graças ao Comando da Aeronáutica que ocorreu o desenvolvimento científico-tecnológico da área, como o CTA, o ITA, o INPE, a Embraer, a Infraero e empreendimentos sofisticados como o Centro de Lançamentos de Veículos Espaciais de Alcântara e o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, o Sisceab. Só o Sisceab possui 15 mil profissionais de alto nível, operando quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, os Cindactas.
A atual "crise" é artificial. Um movimento traiçoeiro, inclusive de sindicalistas a serviço do desmantelamento da unidade militar brasileira. O caso dos controladores é apenas a ponta do iceberg. Não dá para isolá-lo do contexto mais geral, que é fragilizar a Força Aérea e o sistema militar brasileiro.
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