Se todo ser humano merece respeito e consideração, simplesmente por sua condição de ser humano, por quê, creêm alguns, uns são mais humanos que outros?
O respeitável e eminente rabino de Cracóvia – terra natal do Papa João Paulo II -, certa ocasião, em viagem à capital da Polônia, Varsóvia, passou por sérias atribulações num dos vagões do trem que o conduzia e nos apresentou um belo exemplo de força interior:
Tendo chegado a certa altura da viagem, quatro jovens nitidamente embriagados entraram em seus aposentos e forçaram o rabino a beber as bebidas alcoólicas que traziam; queriam que jogasse baralho com eles e fumasse seus charutos. A tudo o rabino recusou-se cordialmente o que gerava uma insistência maior nos quatro jovens, a ponto de expulsarem o rabino da cabine devido à sua resistência.
Chegando em Varsóvia, muitas foram as autoridades que receberam o rabino de Cracóvia na estação e, após descobrirem quem era o homem que molestaram, os quatro jovens acorreram-lhe e, de joelhos, suplicaram:
— Senhor Rabino, por favor perdoe-nos, senhor Rabino! Não sabíamos que era o senhor naquele trem...
— Meus filhos, eu não posso perdoar-lhes... Porque não foi a mim que magoaram. Magoaram aquele homem que estava no trem, portanto, peçam perdão a ele, não ao Rabino de Cracóvia..