Mulher Profana e Sagrada!
Iracema Zanetti
Sou apenas uma mulher.
Carrego o fardo, o estigma do pecado original.
Lasciva, profana, promíscua.
Viajo... satisfazendo desejos da carne.
No vaivém de meus dias,
pensamentos imorais tomam conta do meu ser
à espera da noite, como mariposas atraídas à luz!
Vestes sedutoras exibem as formas do meu corpo.
Vago pelas noites e volto às madrugadas!
Exausta, desnudo-me e deito sem retirar
a pesada maquiagem!
Relaxo, medito e penso:
O que leva-me ao amor profano,
por que desejos me consomem?
Prometo aos deuses não me entregar à tentações
enquanto não me redimir de todos os pecados!
No silêncio da paz, sinto-me transparente,
reluzente, espírito de luz desejando ardentemente
a sublimação do meu corpo unificado à minha alma!
|