Olhando para a fumaça do cigarro
Se esvaindo em formas surreais
Que estranhamente me fazem lembrar
De minha vida, distorcida e disforme.
Penso sozinho, o que isso significa
Será que vou ter que viver nesse
Caminho para sempre, ou apenas
Aceitar que minha condição é inevitável?
Meus olhos nunca estiveram tão
Desacreditados para essa vida
De lamentos e decepções...
Meu Deus quanto mais será necessário?
Sinto o peso do mundo em meus ombros
Como posso estar tão cansado se
O que eu mais fiz foi sofrer, errar
E não ver se concretizar nenhuma idéia.
Meus sonhos estão se perdendo
No infinito de minhas lamúrias e
Cada dia que passa perco mais um pedaço
De esperança, alegria e pessoas!
Ah. Se eu pudesse cortar um dedo
Ou me sacrificar para que
Tudo voltasse ao normal...
Estou só e me escondendo, porque tenho medo.
Queria dormir de verdade, ter funções
Trazer alegria às pessoas que amo...
Mas para isso acho que tenho que
Virar o universo do avesso...
Sinto que existe outro eu
Perdido em algum lugar do mundo
Um eu, que seja normal como todos
Que possa fazer tudo que não me deixaram fazer...
Acho que já não preciso mais ficar aqui
Até agora não achei sentido nessa vida
Viver e sofrer, jamais combinarão
Na minha modesta e triste opinião...
Como posso seguir um caminho se não tenho um
Como posso sentir amor, se no meu coração
Só existe tristeza e uma infinita dor de lembrança
Um pedaço de mim ficará para sempre, mas qual?
Olho no espelho e só consigo imaginar
Qual será o problema de hoje, será que fui eu?
Sinto me traído pelo amor, traído pela dor
Que um dia eu agüentei e quase fui à loucura.
Minha mente tem o sabor da depressão
Minha boca tem o gosto da solidão
Meu coração tem a sintonia da dor
E meu rosto carrega a seqüela de uma lágrima.