"Poesia é doença que só encontra remédio na morte". Esta frase escrita em um dos prefácios (aquele que está em Lira dos vinte anos) de Atílio Milano e Edgar Cavalheiro para as Poesias completas de Álvares de Azevedo (1831 - 1852) (Rio de Janeiro: Ediouro, 1995) sem nenhuma dúvida, põe fim às indagações mais profundas daqueles que escrevem e lêem poesias, ou seja, atinge diretamente ao produtor (autor/poeta) e ao consumidor (leitor), resumindo tudo isto, poeta é aquele indivíduo que sofre de um mal que não tem cura.
Definir o que é Poesia não é tarefa das mais simples, nos vários manuais que estudam o tema, encontramos uma definição básica: "arte de escrita em versos", declaração esta insatisfatória, pois, esquece-se de muitos valores incutidos na temática (sensibilidade, formação cultural, condição intelectual, etc.). Ainda com base na resposta (acima) percebemos que fica fora desta análise a insistência do poeta para encontrar a sonoridade (pura) do verso, a beleza (escondida) que toda palavra encerra, aquela "desconfiança" de que o vocábulo está fora de sua função real(poética) e muitos outros nuances não englobados por esta definição.
Podemos considerar como Poesia uma mistura de todos estes pensamentos, somados com aquela capacidade de sentir emoções que emanam do interior da alma e que nos levam a perceber toda essência (infiltrada) em uma temática.
Poesia também é arte (falada, pintada, esculpida, etc.) de cultivar o belo, o sonho, o doce que a vida oferece.
Poesia é toda comunicação (em todas as suas possibilidades) que pode modificar o mais duro dos Regimes, transformar o mais insensível dos corações, renovar o Mundo e torná-lo um lugar seguro e gostoso de viver.
Finalizando, independente de manuais ou das "reflexões" apresentadas, Poesia também é (e sempre será) trabalho com a linguagem.