O predador
O rio, antes de água cristalina
desce na pedra em cascata,
em meio à podridão semeada
que mata a flor e a floresta.
A garça há muito não se vê,
e o leito é forrado pela lama.
Na margem, resiste o capim
sobre a raiz da árvore morta.
Do alto, a grande montanha
escuta o lamento da floresta,
no triste gemido que fere o ar
e se perde no abraço do vento.
O crepúsculo, que nascia alegre
reaparece sob o uivo do lobo,
que distante canta a tristeza
semeada pelo bicho que reflete.
30/04/06 Anderson Aguilar
|