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cronicas-->Meu primeiro celular -- 14/02/2002 - 13:14 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Para quem, como eu, sempre foi um ferrenho crítico desses aparelhos tão moderninhos, tão bonitinhos, tão irritantezinhos, afirmar em carta aberta que agora possui não um, mas um casal de celulares, não é tarefa fácil. Explico: um deles foi presente da patroa - e acho que sei muito bem qual foi a intenção... Dia desses estava eu guardando a sagrada meta do Liverpool FS e, justo quando o time adversário contra-atacava fulminantemente, o danado do meu celular tocou aquela música da cavalaria americana (e o que é pior: não sei como desprogramar essa merda!). Xingamento geral. Em resumo, a patroa agora me acha onde eu estiver. E não tem nem a desculpa de desligar para não irritar outras pessoal. Este tem vibra call - aquele terremotozinho provocado pela chamada recebida que incomoda tanto quanto o tilintar dos alarmes dos aparelhos.

O outro não tem terremotozinho, mas em compensação parece um despertador daqueles mais antigos dentro de uma panela de pressão. Você pode dizer: "mas tu é burro, hein! é só abaixar o volume". Ok. Então tentem abaixar o volume deste outro celular sem desconfigurar qualquer um dos outros "serviços"! Não nasci para essas coisas. Para mim, tudo quanto é aparelho já devia sair da fábrica configurado para apertar o "play" e funcionar, sem necessidade de a gente ter que ficar quebrando a cabeça ou lendo manual de instruções. Aliás, autor de manual de instrução tem uma preocupação total com aquele que é o mais importante nessa história toda: seu próprio umbigo! Este outro celular pertence à empresa. O motivo é simples e óbvio. Fim-de-semana. Você tem um carro mil e, consequentemente, o porta-malas de um carro mil. A patroa quer levar metade da compra do mês para passar dois dias. O filho caçula insiste em carregar a bicicleta, o videogame, o patinete e a coleção de bonecos do X-Men. Depois de horas num ajeita aqui, ajeita ali, você pega a Bandeirantes livrinha da Silva. O céu nunca lhe pareceu tão azul e a brisa refrescante prometem um weekend inesquecível... Faltando três quilómetros para chegar ao sítio, ele soa onipotente, sem permissão. "Preciso de você aqui. Agora. - decreta o chefe."

Ambos têm recursos incríveis. Voicer, está escrito no meu particular. Entrada para fone de ouvido, umas teclas com nomes interessantes que eu ainda não descobri para quê servem. A propósito, eu uso uma chamada END e outra chamada SEND. E só. Por falar em end e send, desconfio que desta vez vai: do jeito que o brasileiro anda consumindo celular vai aprender Inglês à força. Os danados não são montados aqui no Brasil? Não dá para colocar "enviar", "fim", "rechamada"? Será que é pedir muito?

Não adianta, estou ficando velho e chato. Mas não dá para ficar calado. Criaram um código de ética para uso do celular, vê se pode! Não colocá-lo na cintura. É brega - é uma das recomendações. A consultora sugere que ele fique dentro da bolsa, que a pessoa o segure na mão, sei lá! Menos pendurá-lo na cintura. Agora o que eu faço quando estiver correndo pelo Ibirapuera? Carrego-o na mão ou levo minha pasta 007 para fazer cooper comigo? Tenha dó, tenha santa paciência. Outra dica dos especialistas: desligue o aparelho durante as reuniões. Não seria mais fácil não levá-lo às reuniões? Mas cada um quer sempre exibir o seu, nem que esteja desligado. "O meu tem isso, o meu tem aquilo; acesso à internet, uma beleza!...". E a reunião se transforma num centro de exibição de telefonia celular. Dia desses perguntaram o que meu celular fazia.

- Faz ligações - respondi. E recebe.

Pra mim tá bom. É disso que eu preciso. De vez em quando.




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