Usina de Letras
Usina de Letras
161 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62213 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50606)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140798)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->Missa Fúnebre -- 21/06/2002 - 05:16 (Stanzi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- Com licença, mas esse caso eu preciso contar...
- Pois não?
- Sabe como é, né? Fila de banco é fogo. Minha língua arde. Preciso falar alguma coisa.
- Entendo, entendo.
- Obrigado. A vida é estranha, o senhor deve saber como é, certo? É esquisito. Numa hora estamos aqui, na fila de um banco, esperando o pagamento, no outro, estamos dentro de um caixão, sendo pranteado. Olhe como é estranho: meu pai morreu faz uns doze anos e nunca fomos visitar seu túmulo.
- Que coisa.
- Pois é. E não pense, por favor, que somos filhos desnaturados. Não é isso. É que o cemitério fica tão longe...duas quadras, na verdade. Mas a preguiça mata. Tanto que meu pai morreu e nós herdamos esse mal. Somos em oito. Oito homens preguiçosos e só um se casou.
- Sei, sei.
- E esse que casou é o primogênito. Teve um filho que tinha sete anos quando meu pai morreu. É engraçado, sabe? Hoje o menino tem dezenove anos e, no ano passado, quis de aniversário uma coisa esquisita.
- O quê?
- Lavar, limpar e pintar o túmulo de meu pai. É a vida. Achamos que papai tivesse tomado posse do meu sobrinho exigindo a limpeza de seu túmulo.
- Nossa.
- Pois é. E fomos, eu e meu sobrinho, lavar, limpar e pintar o túmulo do falecido. Nunca tinha entrado no cemitério, nem meu sobrinho. Localizamos o túmulo e, enquanto eu lavava, limpava e pintava, André soprava as velas que estavam em cima do outro túmulo. Até que a boca dele entortou. Deu derrame.
- Puxa.
- Puxa? Isso não é nada. Mesmo com a boca torta, ele ajudou a limpar o túmulo. Sabe o que é limpar um túmulo que há doze anos não era limpo? Quase morri e me enterrei ali mesmo. Tá vendo a minha boca torta? Também entortou no cemitério.
- Você também assoprou as velinhas?
- Não. Pintei o túmulo errado.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui