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Cordel-->Néra sonho não, Mestim, era Ieu mêrmo -- 23/12/2002 - 10:52 (Zé Limeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Num sonhô inhô não, mestim, era o preto véi mêrmo.



Num foi sonho, meste Egido,
Era Ieu mêrmo qui tuve lá,
Vósmicê falô Ineu
I Iieu fui logo lhe visitá,
E só num falei mais cêdo
Pruqui gente do degrêdo
Só vê se a luz apagá.

Eu vi vosmicê falá
Pru poeta Danié,
Qui achav Quieu era Ele
Ieu vim fazê meu papé
E vim prumode ixplicá
Qui cunheço seu lugá
I O preto véio quem é.

Se sucê num bota fé
Nesse preto cantadô,
Qui foi um Hôme vivente
Qui há muito disincarnô
E veve o mundo a corrê
I qui consegue inscrevê
De quarqué computadô.

Porém por sinti amô,
I pruqui mi sastifais,
Tem os quieu dô preferença,
Aqueles qui uso mais,
Os do Fiuza e o teus
Qui parece qui são meus,
Pois são pessoas legais.

I Inda têm outros mais
Qui Ieu uso muito sereno,
Da afilhada Milena
E o do meste Rubeno,
Qui é racionalista
Num crendo qui Ieu exista
Mais vai acabá mi veno.

Tomém Ieu ando insceveno
No do Jorgim, meu amigo,
Aprindiz de Kardecista,
Ali num corro pirigo,
Sua Esposa é inteligente
Também credita qui a gente
É um Isprito amigo.

No Jorgim mi sinto bem,
Pois é muito acolhedô
O recinto apreparado
Só pru seu computadô
E assim eu fico a vontade
Mi concentro de verdade
Num perciso di tradutô.

E lá na minha afilhada,
Sinto que a casa é minha,
Adoro o vaso di fulô
Lá da mesa da cozinha
Cum sua tampa di vrido,
I assim todo inxirido
Eu ando a casa todinha

A bia parece minha,
Fais a malhó aligria,
Num dá siqué um Gimido,
Fica numa euforia,
É qui a bichinha mi vê
Mais Ieu num pode Fazê
Os agrado quiêu quiria.

No Pátio que aligria,
Mi sinto bem avontade,
Do jardim, minha afilhada
Cuida mêrmo de verdade,
Seu Franboiam é tão lindo
Qui um dia ainda findo
Morando lá de verdade.

No Luis, a caridade
É uma coisa verdadêra,
É Hôme temente a Deus
Qui num gosta di bestêra,
I o Léo qui rapagão,
Amo Iêle cuma um Irimão,
Pois é gente di primêra.

Na casa do Danié,
Iiêu varo pulo telhado,
Pois é no sigundo andá
Qui o bicho tá instalado,
I tem um gato gordão
Priguiçozo cuma o cão,
Que fica todo arrupiado.

Seu sobrado é arrecuado
Seu pátio é de cimento
Num tem um Pé de fulô,
Siná qui quem mora dentro
Num é espiritualista
É muito materialista,
I tem ambição por centro.

Mais num é o Danié...
Isso falo duma vêiz,
Talvez quiném more lá,
Pode sê o portuguêis
Qui é o dono verdadêro
I qui só pensa em dinhêro,
Qui foi quem a casa fêis.

Agora chegô sua vêis,
Disminta si Ieu tô errado
Quando incostei Vósmicê
Si incontrava deitado
Numa cama cheia de bagulho,
Mala, sacola i intulho,
Y drumia pru lado errado.

Tinha os pés arrivirado
Pro lado da cabicêra,
O lençó azu listrado,
De branco, e na molêra
Um trabissêro iguá
E prumodi si imbuiá,
Um lençó de tecedêra.

Qui sucê compro na fêra
Do Juazêro, em abril,
O bicho é azú iscuro
Mêrmo da cô di anil,
Iue num sei si isso é certo,
Tu drome cum ele perto
Porém nunca se cubriu.

Vô contá o qui Ieu viu
Prumode num duvidá,
Pois Ieu sempre vai aí
Mode vê tu trabaiá,
E aquele qui o prédio fêz,
Iêu incontro tôda vêiz
I nóis fica a cunversá.

Já tá do lado de cá
Há doze anos morreu,
Num foi prá canto ninhum,
É um grande amigo teu,
I disse a Ieu, a sorri
Qui tu inda vais pissui
Este prédio quiera seu.

Mi disse qui já te deu,
I qui ninguém di tu tira,
Si quizé pode anotá
Qui O Prêto num diz mentira,
Tu é pobre e sem dinheiro
Mais isto é verdadero
Deus água di pedra tira.

A escada em caracó
Quitu mandaste lacrá
Cum uma chapa di aço
Prumodi ninguém passá
Aquele mermo ferrêro
Qui penô o dia interro
Vai vortá mode arrancá.

Nada mais eu vô falá,
Anote o quieu dizí
Nunca falo prazo ô tempo
Pois isso num tem aqui,
I Ieu nem alembro o qui é,
Mais posso dizê cum fé
Tudo qui ví I ouvi.

Um feliz Natá prá todos
Qui perde tempo cun Ieu,
Lendo as bufarinices
Qui o prêto véi increveu,
I um ano chêi de Gulora,
Qui cumece dêrne agora,
I paz in tudo quié teu.

Pro amigo Gerardim Lyra,
Di quem inté eu abuso,
E da vasta biblioteca
Tô sempre fazendo uzo.
Também do computadô
Só num falo cum o dotô
Modi num o dexá confuso.

Aqui ná ôtro não, meus fí.. é Limerinha do Tauá, preto véi infumaçado, qui tem o fôigo de sete gato, qui morrêu i num tem inveja di quem tá vivo....

Bôas Festas prá tôdo mundo..........

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