Richard Bach, em seu famoso best-seller “Uma Ponte Para O Infinito”, apresenta-nos uma constatação desconfortável: “nada nem ninguém tem o poder de nos magoar, exceto se o permitirmos”.
Na verdade, o que fazemos é criar conceitos e padrões de conduta que devem ser seguidos por todas as pessoas e, no caso de desrespeito a essas considerações, sentimo-nos magoados e traídos por aqueles que, agindo contra nós, atrevem-se a serem diferentes de nós, atrevem-se a criarem seus próprios conceitos e padrões de conduta. E, ao fazê-lo, acabam por nos magoar.
Todos nós julgamos os outros de acordo com esses padrões internos: “Se fosse eu, agiria diferente”, “Ah! Se fosse comigo!”, “Comigo é assim!”. E acalentamos a mais solene confiança de que a nossa maneira de pensar é a mais correta, coerente e prática.
Muitos são os problemas que daí advém porque não há o menor respeito com relação as diferenças. Intolerância religiosa, fanatismo, segregação racial, social e cultural, machismo, maus tratos infantis são só alguns exemplos e todos eles nascem da mágoa, do sentir-se magoado com algo ou com alguém.
Respeitar as diferenças. Aí está o remédio, pois até mesmo Fernão Capelo Gaivota foi duramente criticado e atacado em virtude de suas diferenças e, no entanto, não quedou-se magoado, continuou seu eterno vôo em direção à existência.