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Artigos-->A Casa Encantada de Santos Dumont -- 15/01/2007 - 22:09 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A “Casa Encantada” de Petrópolis



Em Petrópolis, RJ, Santos Dumont começou a construir, no início de 1918, a “Casa Encantada”, localizada num terreno íngreme, à Rua do Encanto. Para o projeto, foi contratado Eduardo Pederneiras, que construiu no Rio o Copacabana Palace.





[b]Casa de Santos Dumont[/b]

[img]http://www.cabangu.com.br/pai_da_aviacao/11-encantada/a%20fazer/RJ_Ptropolis13_2004Jun12.JPG[/img]



“A Casa Encantada não tinha paredes internas. As divisões dos cômodos são feitas por sua localização nos diferentes planos do terreno. No plano mais baixo fica uma pequena oficina mecânica e uma câmara escura para fotografias. No segundo, a sala de estar-jantar e biblioteca. Desse plano sai uma escada que teve seus degraus desenhados como meio degrau, de forma que só é possível subir começando com o pé direito. Dizem que a disposição atende a uma proverbial superstição do inventor. (...) No terceiro plano fica o banheiro e um misto de escritório e dormitório. É que ele não tinha cama: usava a mesma superfície onde trabalhava, desenhava e escrevia durante o dia para colocar um colchonete à noite. (...) O banheiro, aliás, tinha uma grande novidade: um chuveiro feito com um balde colocado ao contrário, furado, e que tinha a água aquecida a álcool e duas alavancas: uma para abrir e fechar o registro, outra para regular a temperatura. Muitos autores, por desconhecerem registros de outros chuveiros até esse momento, atribuem a ele mais essa invenção. Desse plano sai uma porta dos fundos. Dali, uma passagem de madeira liga ao terraço de onde sai outro acesso, esse de folha de flandres, para a cobertura com um observatório astronômico” (Gazeta Mercantil, pg. 12).



O livro de Wilson Veado, Santos=Dumont – o menino de Cabangu em Paris, comete um equívoco ao dizer “Essa escada era, porém, diferente: os degraus foram recortados de tal maneira que, para se subir no primeiro, forçosamente tinha-se que usar o pé esquerdo” (VEADO: 1973, 233). Na verdade, a superstição de Santos Dumont mandava que se começasse a pisar primeiro com o pé direito, como se pode observar na figura abaixo.











[b]Escada com meio degraus[/b]

[img]http://www.cabangu.com.br/pai_da_aviacao/11-encantada/degraus_ext.jpg[/img]



“Vários objetos podem ser admirados na casa-museu. Alguns quadros mostram o 14-bis, a Demoiselle, e os diversos balões construídos pelo aeronauta. O retrato de uma bela jovem, cercado por moldura de prata, é a única figura de mulher que se vê na residência. A foto apresenta uma dedicatória quase ilegível, que nos obriga a fazer um esforço visual:



‘Uma admiradora chilena.

Luiza Villagran Imar

14 de junho de 1916 – Santiago’ ”

(JORGE: 2003, 257)



“Aqui há um mistério. Por que Santos Dumont guardou o retrato desta beldade? Ela foi ‘a mulher fatal’ de sua vida? Peter Wykeham acha que Alberto ‘pertencia àquele tipo de homem raramente descrito, e não infreqüente entre os ricos e vencedores, que é sexualmente neutro’. Mas o comandante Amadeu Saraiva, amigo íntimo do inventor, afirmou com segurança: ‘Santos Dumont não se casou porque desejava ser livre para arriscar a vida como entendesse, sem causar dano a ninguém. Como todo gentleman, ele não saía a contar a todo mundo as suas aventuras. Mas bem que ele as teve. Ele amou apaixonadamente uma atriz francesa, de certa projeção, com a qual chegou a viver algum tempo. Seu nome só quem sabe é André Gasteau, antigo mecânico de Santos Dumont’ ” (JORGE, 2003, 257).



Armando de Paiva Lacerda, autor do livro O médico e a serra, disse que Santos Dumont “não se contentava em apenas descrever as ‘arriscadas experiências aviatórias’, pois também se comprazia na evocação das suas aventuras nos cabarés de Paris, aventuras ‘bem menos perigosas e mais agradáveis e divertidas’ Só aos jovens patrícios, acrescenta Paiva Lacerda, o aeronauta se dispunha a soltar essas confidências, utilizando-se de um fino humor” (JORGE: 2003, 258).



Santos Dumont também arrastou suas “asas” para cima Yolanda Penteado, dama da sociedade paulista, autora de Tudo em cor-de-rosa, livro de memórias, e a convidou para uma visita em sua casa, em Petrópolis. A moça foi com a mãe e uma prima. “Santos Dumont a cortejava, revela a memorialista. Trazia-lhe flores e bombons, saindo com ela a passeio: ‘As pessoas que o conheciam melhor diziam que, quando ele me via, ficava elétrico. Ele andava muito a pé. Fazia alpinismo, e quando o conheci tinha por hábito subir e descer a pé o morro do Corcovado’. Yolanda e a tal prima, acompanhadas do inventor, costumavam tomar chá na Colombo, a tradicional confeitaria do Rio de Janeiro. A mãe da jovem, entretanto, pelo fato de enxergar isto de cenho franzido, sempre resmungava: ‘Esse velho, mais velho do que eu, e namorando a minha filha, só porque pensa que voa!’ ” (JORGE: 2003, 259).



A namorada platônica de Santos Dumont também afirmou que o inventor possuía “uma elegância refinadíssima” e que lançou a moda da bainha alta nas calças, chamada de “elevadores”. Segundo Yolanda, “Alberto era, sobretudo, muito supersticioso. Não pegava em nota de cinqüenta mil réis, tinha horror ao número treze. Contou-me que, quando voava, levava em volta do pescoço uma meia de Madame Letellier, que foi uma das mulheres mais famosas da Europa e tinha tido muita sorte na vida’ ” (JORGE: 2003, 259).



Santos Dumont, que era amigo também de Rodin e da Princesa Isabel, nunca se casou e há três interpretações para o fato: 1º) sofreria de uma homossexualidade não assumida; 2º) teria romances proibidos – o nome mais citado é o da rica cubana Aída D’Acosta, moradora de Nova York, e que freqüentou seu hangar em Paris, ocasião em que Santos Dumont a ensinou na arte de dirigir balões; e 3º) outros acham que os grandiosos projetos de Santos Dumont impediram uma vida familiar, que iria atrapalhá-lo nos inventos. Pelo que conhecemos de Santos Dumont, apresentado até aqui, a terceira hipótese é a mais aceitável. Embora tivesse alguns maneirismos e fosse um sujeito um tanto esquisito, a prova é que sempre correu atrás de mulheres e até propôs casamento, não aceito pela mãe da moça, devido à grande diferença de idade.



A TV Globo, na minissérie Um só coração, conta um pouco dessa história, em que Cássio Scapin, sósia do inventor, compete com o intérprete de Assis Chateaubriand, pelo amor de Yolanda Penteado (http://pt.wikipedia.org/wiki/Um_S%C3%B3_Cora%C3%A7%C3%A3o).







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