Vício
(Valéria Tarelho)
Sou cheia de vícios
vivo lutando contra essas manias
roer unhas, cigarro, poesia
e você, meu mais novo tormento
que vai de encontro aos meus princípios.
Me pego a todo momento
com você no pensamento
tento me livrar, juro que tento...
Você latejando na mente
você, que foi semente
se enraizou, se alastrou
abraçando minhas pilastras
abalando meus alicerces.
Como se extirpa essa praga
erva-daninha no meu jardim?
O que você fez de mim?
Há alguma simpatia, uma prece?
Já consultei cabalas e os astros
joguei búzios e tarô
nada adiantou...
Eu, que era uma vaga
embalada pelo vento
hoje sou oceano,
mar revolto desafiando o firmamento
Me sinto livre, bela
mais mulher, eterna menina
e me revolto com nossa sina
porque não é o nosso momento.
Contra todos os meus vícios
travo uma batalha difícil
é o meu bem contra o (teu) mal
(mal que não causas por querer, mas me domina)
O triste é que sempre venço, a final
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