Ele estava cansado, suado, louco para desabar na cama.
Vivia só com a filha, pois era viúvo.
Antes de colocar a chave na fechadura da porta, deu uma olhada na caixa de correio.
Achou muitas contas a pagar, cartas a responder e quase escondido, um pequeno e simples cartãozinho rosa.
Sua curiosidade levou-o a abrir o pequeno e simples cartãozinho rosa, antes mesmo de entrar em casa.
Para sua surpresa, nada tinha escrito nele. Só uma coisa: "TE AMO".
Entra em casa decidido a descobrir quem tinha lhe enviado aquela tão pequena mas tão significativa mensagem.
Luzes apagadas, televisão desligada e slêncio total. Pois já passava das 10.
Toma um copo de água, troca de roupa e tenta dormir. Não consegue. Quem é tal pessoa que lhe teria mandado tal mensagem? E o mais estranho: O envelopinho não tinha remetente.
De manhã, levanta da cama, toma um rápido café, dá um beijo na filha que ainda está dormindo e vai para o trabalho.
Aquela frase não lhe sai da cabeça.
"Seria uma admiradora? É possível, pois não sou mais casado."--- Ele pensava.
A noite, olha novamente a caixa de correio e encontra novamente outro pequeno e simples cartãozinho rosa. Nervoso e confuso, abre-o devagarzinho. Quase cai para trás quando lê: "VOCÊ É O SOL DA MINHA VIDA".
Entra em casa mais nervoso do que nunca e pára um pouco para pensar. Nada lhe vem à cabeça. Nunca teve outra namorada a não ser a mãe de sua filha.
Dorme. No dia seguinte faz o mesmo que sempre faz quando vai para o trabalho e na volta encontra outro cartão semelhante aos anteriores. E assim sucessivamente.
Até que um dia, depois de receber pelo menos 7 bilhetes semelhantes, rasga tudo morrendo de raiva. Rasga em muitos pedacinhos todos os envelopinhos.
Logo depois, a filha entra em seu quarto, para dar-lhe boa-noite e vê os envelopinhos rasgados na lixeira. Olha para o pai com olhos tristes e diz:
--- Papai? Porque rasgou os bilhetinhos que mandei para você?