PIRACICABA – 21/02/07 – Quarta-feira. A ex-vedete do teatro de rebolado Virgínia Lane, 86, disse ontem numa entrevista ao radialista Roberto Carazio da rádio Globo que Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, não se matou na noite do dia 24 de agosto de 1954.
Na entrevista ao vivo às 14h50 a ex-atriz, afirmou que estava na cama com o presidente naquela noite e que quatro homens encapuzados teriam entrado no quarto e atirarado no peito de Vargas.
Lane disse que quando os matadores forçavam a porta do quarto, Getúlio teria lhe garantido que eram pessoas vindas a mando de Carlos Lacerda. E que só ele tinha interesse na sua deposição.
Virgínia contou que os homens jogaram-na pela janela abaixo do palácio do Catete. O guarda costas de Getúlio, Gregório também teria sido lançado pela janela, caindo no jardim.
Segundo Virgínia, dois homens empunhando revólveres, saíram correndo do quarto, deram a volta pelas escadas e chegaram ao jardim, agarrando-a com força; rasgaram suas vestes deixando-a nua. Depois disso teriam gritado: “Agora vai sua vagabunda... vai arrumar outro presidente!”
Lane contou que viveu quinze anos com Getúlio Vargas e que ele teria financiado seu curso de Direito, sido paraninfo de formatura da sua turma e, padrinho de um posterior casamento dela.
Virgínia que depois do affair com Vargas, casou-se duas vezes, disse que o amava muito, e que ele era boníssimo, não desprezava quem tinha dinheiro e se fosse pobre ele fazia de tudo para que a pessoa melhorasse de vida.
Indagada sobre a carta-testamento deixada pelo morto, a resposta ficou obscurecida.
A ex-vedete completará 87 anos no dia 28 de fevereiro próximo e já tem um livro quase pronto sobre o assunto. Segundo a entrevistada a obra se chamará “Sua excelência, a vedete viu!” e terá na capa uma foto sua e outra de Vargas.
