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Poesias-->O Demônio e a Flor -- 11/06/2000 - 10:42 (Jorge Augusto Senger) |
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Diante do rosto receoso e pálido
ergue-se feito negra sombra
este temor esquálido
Apagam-se as estrelas
feito velas ao vento
destinados, todos somos
a este impávido tormento
Afaga-me a alma com imensa sinergia
cega meus olhos na negrura de teu abraço
converte-os em maldito pó escasso
Seduz qualquer homem com encanto feminino
torna seus atos ávidos em tremor grotesco
beijando por fim seus lábios frios
sorvendo a vida feito vinho fresco
Ecoa, pelo túnel pestilento
o fragor de terrível grito
anuncia a conversão da vida em mito
Oh morte, és tão singular
tens olhar frio feito o gelo
e intenso feito o mar
Figurar-te não há como,
seja em verso ou em prosa
é a vida a desaguar
é o demônio arrebatando a rosa.
Jorge Augusto Senger |
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