Apesar de longa a pugna, eu o matei
Implorou-me de joelhos e murmurava
A cada golpe desferido se lamuriava
Mas piedade não tive, fui cruel, eu sei
Era belo, vistoso, mas me feria
Sua beleza meu peito castigava
Como cruel adaga meu coração rompia
Mas o matei...com imensa raiva!
Seu choro de dor guardo na lembrança
Agudo, temeroso...um mal necessário
Seu corpo vagueando nesta mórbida dança
Em meu peito o sepultei, com torpor,
E na lápida gélida esculpi com bela grafia:
“Aqui jaz o amor”...
Jorge Augusto Senger |