Um pedaço de papel voando
Em frente à minha janela.
Não era ave, mas minha inveja,
Vondo junto ao papel voador.
Voava solto, rodopiando
Fazendo graça.
Quisera que a poesia assim voasse
Alcançasse os céus e a atenção
Do mais casmurro dos entes
Que pela rua passa.
A inveja? É inveja boa, é feliz...
De ver um pequeno papel,
De tão pequeno, insignificante,
Fazer o seu balé no ar.
Inveja boa e feliz
Que me trouxe o sonho
De ter asas nos olhos
E seguir um papelzinho a voar. |