Quem é este que escreve, nas madrugadas insone
Linhas que se desesperam e tornam-se tão iludidas
Em meio a extremos das suas controvérsias aturdidas
Clamando a chama, maviosa, poderosa, que o consome?
Quem sou eu, perdido no vácuo do tempo devasso
Que me consome, indiferentemente, os pensamentos
Que leva embora queridos quase extintos momentos
Na velocidade e igualdade que dura um leve abraço?
Sou apenas mais uma da melodia nota dissonante
Mais um marcado, um profeta louco e itinerante
Que se alimenta do escárnio com que me zombas.
Sou aquele que traça o perfil dos fantasmas
Do passado.... Nada mais que vultos apenas,
Que insistem em chamá-lo Poeta das Sombras. |