QUANDO NOS DESVIAMOS DOS CAMINHOS DO SENHOR
"E disseram-lhe: Que te faremos nós, para que o mar se nos acalme? Porque o mar ia se tornando cada vez mais tempestuoso” (Jonas 1:11) - Quem bucava uma solução para o problema que se apresentava eram os tripulantes do navio, onde estava Jonas, desviando-se da direção que o Senhor havia dado à sua vida.
Uma tempestade tremenda havia se abatido sobre o navio, e todos quantos estavam a bordo pagavam o preço da desobediência de um só: Jonas.
Porque Deus permite que tal aconteça? Porque um grupo tão grande de pessoas, inocente quanto à culpa de Jonas, era submetido à mesma punição reservada a este?
Por vezes nos pomos a questionar os desígnios de Deus, principalmente quando as tempestades se abatem sobre nossas vidas.
Nossa primeira preocupação é tentar sobreviver, lutando contra a maré e os ventos, a princípio com a força de nossos próprios braços e, depois, quando vemos que não somos nada diante do problema que se apresenta, então voltamos os nossos olhos para Deus. E o questionamos:
Por quê?
Na maioria das vezes não temos a mesma espiritualidade de Jonas, de reconhecer, imediatamente, que a causa é o nosso pecado. E acabamos por pagar um imenso preço por tal falta de sensibilidade espiritual.
O que primeiro nos vem à mente é lançar "na Cara" de Deus suas promessas para nossas vidas, que não estão sendo cumpridas. Somos capazes até de citar-Lhe capítulos inteiros das Escrituras, a fim de lembrá-Lo de tais compromissos. Contudo estamos cegos para as "condicionais" que acompanham cada promessa, cada compromisso.
Consideremos como condicional áurea (eu considero) II Crônicas 7:14 - "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra."
Vemos que o "E se..." antecede as condições impostas por Deus, que são: humilhar diante d Ele, o que quer dizer: reconhecê-lo como único Senhor de nossas vidas; orar, ou seja, falar com Ele em súplica, abrindo-Lhe o coração; buscar a Sua face, ou seja, não se apartar d Ele, esquecendo das coisas do mundo e buscando as coisas espirituais; converter dos maus caminhos, o que quer dizer: voltar-se para Deus, deixando a vida de pecados e perdição.
"E se" fizermos tudo isso, então poderemos dizer: ouça-nos, Senhor, perdoe-nos os nossos pecados e sare-nos e prospere-nos (Amém).
Temos que ter consciência de que a adversidade só se abate sobre os que estão fora da direção de Deus, por qualquer motivo!
Por isso a imperatividade de, antes de questionarmos a Deus sobre o mal que então nos aflige, fazermos uma análise crítica de nossas vidas, nossas atuações, detectando possíveis desvios da direção de Deus, muitos deles ocasionados por excesso de confiança e auto-suficiência de nossa parte:
"Os que observam as falsas vaidades deixam a sua misericórdia." (Jonas 2:8).
Jonas entendeu, imediatamente, que a tempestade que os açoitava era causada por um desvio seu: ele estava fora da direção de Deus.
Quando teve consciência disso imediatamente se arrependeu, prostrando-se diante de Deus e entregando-se em Suas mãos: "E ele lhes disse: Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade" (Jonas 1:12).
Muitas vezes, ao desviarmos da direção de Deus nos perdemos, como alguém que em uma floresta deixa a trilha principal e envereda-se pelo mato. De repente não se sabe onde está. Nesses casos os "mais velhos" recomendam: “se não se sabe prá onde ir, fique onde está, e espere por socorro”.
Jonas teve consciência disso, também. Ele sabia que não podia permanecer no navio, sob pena de causar seu naufrágio. Também não tinha como avançar ou mesmo retroceder. Ele estava no meio da tempestade e à deriva.
Única solução: entregar-se, inteira e completamente, nas mãos do Senhor: "E levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar, e cessou o mar da sua fúria" (Jonas 1:15).
Quando nos entregamos, integralmente, nas mãos do Senhor, Ele toma todas as providências necessárias à nossa salvação: "Preparou, pois, o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas" (Jonas 1:17a).
Cumpre-se, assim, a primeira condicional de II Crônicas 7:14: "E se o meu povo, que se chama pelo meu Nome, se humilhar..." Jonas se humilhou diante de Deus, ao submeter-se a Ele. Entregou-se em Suas mãos sem reservas, ao lançar-se, ou fazer lançar-se, do navio que o conduzia aos maus caminhos.
Ao fazer isso Jonas recebeu de Deus a ajuda necessária para continuar nos caminhos da restauração: foi resgatado e isolado para descanso: "e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe" (Jonas 1:17b).
Jonas aproveitou o descanso para cumprir a segunda condicional de Deus: "E se o meu povo, que se chama pelo meu Nome, ...orar...": "E OROU Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe" (Jonas 2:1).
Jonas sabia estar nas mãos de Deus. Portanto era o momento propício para ter uma "conversa séria" com o Senhor; para acertar os detalhes de uma vida reta e justa diante d Ele. E apos conscientizar que foi por sua própria culpa que tais calamidades havia se abatido sobre si, as suas vaidades e vontades, cumpriu com a terceira condicional de Deus, conforme II Crônicas 7:14: "E se o meu povo, que se chama pelo meu Nome, ...buscar a minha face...".
Jonas reconheceu que não estava mais na presença de Deus, devido às suas transgressões, e resolveu buscar ao Senhor, com todas as suas forças: "E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia tornarei a ver o teu santo templo" (Jonas 2:4).
E quando ele buscou ao Senhor O encontrou, e teve consciência da sua restauração: "Quando desfalecia em mim a minha alma, lembrei-me do SENHOR; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo" (Jonas 2:7).
Eis, pois a oportunidade de Jonas cumprir com a quarta condicional de Deus, em II Crônicas 7:14: "E se o meu povo, que se chama pelo meu Nome, ...se desviar dos seus maus caminhos...".
Jonas tomou a resolução de voltar aos caminhos do Senhor, de se submeter a Ele, de ser-Lhe grato, e de pagar os votos feitos ao Senhor, reconhecendo que só d Ele vem a salvação: "Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do SENHOR vem a salvação" (Jonas 2:9).
Cumpridas as condicionais de Deus, Ele agiu conforme a contingência: repôs Jonas nos Seus caminhos: "Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca" (Jonas 2:10); e restaurou-lhe o ministério: "Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que eu te digo" (Jonas 3:2).
Quando obedecemos ao Senhor; quando ao invés de esbravejar contra Ele nós o ouvimos e cumprimos com suas instruções, Ele nos dá nova chance de restauração, dá-nos descanso e, depois, nos repõe, de volta, nos Seus caminhos.
Agora, é preciso que trilhemos esse Caminho para que a restauração seja completa e que, ao trilhá-Lo, estejamos atentos à vontade de Deus para nossa vidas e não às nossas vontades para a Obra de Deus.
Como aconteceu com Jonas, a restauração nem sempre é instantânea. É necessário, antes, nos adequarmos aos propósitos de Deus e aceitar a sua vontade.
GLÓRIAS A DEUS!
Nezinho Costa
17/05/2005
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