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Artigos-->Bruno, 23 anos, bacharel e desempregado -- 23/03/2007 - 21:42 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Não sei quando a faculdade virou a meta de todo ser humano “produtivo”. Em si, a idéia de oferecer conhecimento de alto nível a qualquer pessoa não tem nada de negativo. Ao contrário, se todos pudessem assimilar os conceitos mais importantes de cada ciência, o mundo seria um lugar mais fácil e interessante para viver. Vista assim, como uma forma de aprimoramento pessoal, a faculdade deveria ser mesmo para todos. Mas, quando passa a ser sinônimo de inserção fácil no mercado de trabalho, a universidade “universal” entra na lista dos “diálogos flácidos para acalentar bovino”, ou, deixando o pseudo-academicismo de lado, conversa mole para boi dormir.

O mercado, embora peça , não precisa de tanta gente com formação superior e, na maioria dos setores, sequer oferece vagas suficientes para acomodar milhões de bacharéis. Assim, essa corrida geral até o canudo pode não valer o investimento. Muitos ficam frustrados e, pior, após quatro ou cinco anos de prestações caras, saem da condição de estudante para a de desempregado. Escolheram o curso errado, ou a faculdade errada, ou o caminho errado.

Os cursos técnicos, mesmo estigmatizados pelas políticas educacionais equivocadas de décadas passadas, poderiam ser um caminho mais adequado para grande parte desses diplomados sem colocação. Na indústria, por exemplo, os técnicos com formação equivalente ao Ensino Médio são insubstituíveis. Mesmo em Ribeirão Preto, cidade com baixíssimo índice de industrialização, há cursos técnicos reconhecidos que formam profissionais com quase 100% de chance de emprego na região. De olho nessa demanda reprimida e nas estatísticas, o governo criou os cursos superiores seqüenciais de dois anos de duração. Na prática, há muita gente pagando preço de faculdade por curso técnico. Mas esse é outro assunto.

Ao considerar outras opções à faculdade, no entanto, o estudante precisa vencer fortes preconceitos. Para muitos pais, o momento em que a filhinha ou o filhinho querido anuncia que não pretende fazer faculdade é o fim do mundo:

- Não vai fazer faculdade? Perdeu o controle das faculdades mentais?

O pai de classe-média considera a faculdade um salvo-conduto para o sucesso profissional. Técnico? Para ganhar mil e quinhentos, mil e oitocentos, dois mil reais por mês? De jeito nenhum! Só como bacharel, o Bruninho estará feito na vida! Talvez esse pai não tenha percebido que, num contexto de moeda estável e economia global, os salários estão bem mais próximos da realidade que das ilusões de riqueza e fama componentes do pacote fantasioso da “vida de doutor”. A maioria dos empregos seguros oferecidos para trabalhadores de nível superior não proporciona mais que mil e quinhentos, mil e oitocentos, dois mil reais de remuneração mensal para oito horas de dedicação.

Muitos jovens, percebendo a pressão contra a qual não vale lutar, prestam um vestibular qualquer, de uma instituição mais qualquer ainda, formam-se, entregam o diploma numa moldura para os pais e seguem a vida do jeito que já achavam melhor antes. Nunca tiveram o perfil necessário para a academia. Pelo menos, diriam estranhos otimistas, caso cometam algum crime, ocuparão cela especial. Um crime!

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