A idéia de uma moeda internacional foi concebida em meados do século XIX pelo persa Mirzá Husayn Ali, mais tarde cognominado de Bahá’ú’lláh, e o reconhecimento do seu postulado foi confirmado pela comunidade acadêmica internacional em 1998, através do Dr. Robert Mundell, renomado economista canadense da Universidade de Colúmbia, prêmio Nobel de economia daquele ano. Ele é o autor da “Teoria da Moeda Única” e é considerado o pai do Euro - a moeda que circula entre os 493 milhões de europeus de 27 países. Este projeto político-econômico ambicioso da Comunidade Econômica Européia, que hoje completa 25 anos, é um sucesso. A sua economia participa com 30% do PIB mundial e prevê a completa integração econômica daquele continente, através daquela entidade supranacional, o Mercado Comum Europeu. Não somente o Euro, mas outras moedas regionais deverão surgir futuramente entre novos blocos de países, como o Mercosul, que pretende a integração do livre-comércio e a eliminação das tarifas alfandegárias entre os países sul-americanos. Os Estados Unidos, em 1971, acabaram com a conversibilidade do dólar em ouro e a contínua desvalorização da sua moeda não mais oferece as exigências necessárias para manter por muito tempo a sua hegemonia como moeda internacional.
Diante dos distúrbios econômicos por que passa a humanidade, pouco a pouco à comunidade financeira mundial começará a perceber que será inevitável a criação de um novo padrão monetário internacional. A criação do Euro, portanto, não deve ser visto como um fato isolado, mas sim parte de um processo natural, crescente e contínuo, que culminará num futuro mais distante no estabelecimento de uma Moeda Única, forte e estável, para regular as transações internacionais. Esta etapa de moeda regional, como aconteceu com a União Européia, vai ensejar, num futuro mais distante, o ajuste que a economia mundial irá passar, a fim de propiciar a transição do atual sistema econômico falido para uma Nova Ordem Mundial, mais justa e duradoura para a humanidade.
Há mais de 150 anos, Bahá’ú’lláh não só vaticinou a criação de uma Moeda Única, como, paralelamente, previu um mundo globalizado no seu sentido mais amplo, interdependente, com o estabelecimento de um Governo Mundial; de um Tribunal Internacional de Justiça, do reconhecimento dos direitos iguais entre homens e mulheres e de uma língua internacional auxiliar. As suas exortações dirigidas aos governantes do mundo são uma inestimável contribuição para o estabelecimento de uma nova era de prosperidade e de justiça social para a humanidade.
Edvaldo Andrade
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