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Artigos-->Monólogo - HAMLET -- 01/04/2007 - 12:45 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MONÓLOGO DE HAMLET *







imagem:http://bocc.ubi.pt/







Ser ou não ser, eis a questão!



Que é mais nobre para o espírito: sofrer os dardos e setas de um ultrajante fado, ou tomar em armas contra um mar de calamidades para pôr-lhes fim, resistindo?



Morrer...dormir, nada mais! E com o sono, dizem, terminamos o pesar do coração e os mil naturais conflitos que constituem a herança da carne!



Que fim poderia ser mais devotamente desejado?



Morrer... dormir. Dormir!...Talvez sonhar! Sim, eis aí a dificuldade! Porque é forçoso que nos detenhamos a considerar que sonhos possam sobrevir, durante o sono da morte, quando nos tenhamos libertado do torvelinho da vida.



Aí está a reflexão que torna uma calamidade a vida assim tão longa! Porque, senão, quem suportaria os ultrajes e desdéns do tempo, a injúria do opressor, a afronta do soberbo, as angústias do amor desprezado, a morosidade da lei, as insolências do poder e as humilhações que o paciente mérito recebe do homem indigno, quando ele próprio pudesse encontrar quietude com um simples estilete?



Quem gostaria de suportar tão duras cargas, gemendo e suando sob o peso de uma vida afanosa, se não fosse o temor de alguma coisa depois da morte, região misteriosa de onde nenhum viajante jamais voltou, confundindo nossa vontade e impelindo-nos a suportar aqueles males que nos afligirem, ao invés de nos atirarmos a outros que desconhecemos?



E é assim que a consciência nos transforma em covardes e é assim que o primitivo verdor de nossas resoluções se estiola na pá da sombra do pensamento e é assim que as empresas de maior alento e importância, com tais reflexões, desviam de seu curso e deixam de ter o nome de ação...



Agora, silêncio... A bela Ofélia...





W. Shakespeare

Hamlet, ato terceiro, cena I





* Hamlet é uma das peças de teatro mais famosas de Shakespeare (1564 - 1616). Foi escrita entre 1600 e 1602 e impressa em 1603





Curiosidades:



Sete caminhos para entender um clássico





1) Por que Hamlet tornou-se um clássico?



Tornam-se "clássicas" (no sentido de lembradas, lidas sempre de novo) as obras que criam um modo novo de expressar alguma dimensão da existência. Hamlet traz à superfície algo que, até então, permanecera oculto, vago e, nesse sentido, não existia verdadeiramente. Com Hamlet, sentimos quantas coisas na vida real são encenação. Ele é uma figura que torna plausível as incongruências e verossímeis as loucuras. (Kathrin Rosenfield, prof. da UFRGS)



2) Qual a importância de Hamlet dentro da obra de Shakespeare?



Hamlet está entre as obras que marcaram uma reviravolta na arte de Shakespeare - provavelmente há uma relação com a experiência da morte (Shakespeare perdeu um filho pequeno chamado Hamnet). O que observamos nessa peça é uma forma de narrar que aprofunda prodigiosamente o lado enigmático da natureza humana. Pela primeira vez, temos aí uma técnica da escritura que capta as inúmeras facetas da ambivalência, os sentimentos e gestos contraditórios, tudo aquilo que não sabemos e não dominamos na existência. (Kathrin Rosenfield)



3) Qual o sentido do dilema "ser ou não ser"?



A fórmula de Hamlet refere-se, num primeiro momento, à idéia do suicídio e a um sentimento de fracasso e impotência diante de um mundo fora dos eixos. No entanto, na peça ela remete também à ambigüidade da (auto)encenação e da vida concebida como encenação. O Renascimento criou a consciência do homem dando-se sua própria forma. Nisso, há um lado de liberação. A mesma liberdade tem um avesso: a autonomia moderna suscita o medo de perder-se nas inúmeras formas ficcionais. A consciência da encenação termina por ser inquietante, ela nos dá, às vezes, a sensação de desamparo e abandono. (Kathrin Rosenfield)



4) Por que Hamlet não perde a atualidade?



Porque trata de assuntos que permanecem atuais, como a questão da morte. Nenhum outro texto até hoje expressou tão profundamente a angústia do ser humano em relação à morte, que é uma angústia eterna. Além da trama metafísica, Hamlet traz as tramas política e familiar, que também permanecem atuais. (Jorge Furtado, cineasta)



5) Qual a melhor adaptação de Hamlet para o cinema?



A do inglês Laurence Olivier, de 1948. Além de dirigir, Olivier teve uma ótima atuação no papel-título do filme. Conseguiu melhor que ninguém colocar o fluxo de consciência de Hamlet no cinema, dividindo as falas e pensamentos em partes faladas diretamente pelo personagem e partes narradas em off. (Jorge Furtado)



6) O que se espera de um ator que vai interpretar Hamlet?



A compreensão da totalidade e da complexidade da obra, que até hoje permanece atual e que criou novas perspectivas para a dramaturgia. É um desafio enorme porque o ator deve entender as sutilezas que Shakespeare usou no texto. (Sérgio Silva, cineasta e professor da UFRGS)



7) Por que devo ler Hamlet?



É o texto fundamental da história do teatro. Por ser longo e rico em detalhes, Hamlet ultrapassa os limites teatrais e se transforma em uma obra que aborda também a filosofia, a política e a história. (Sérgio Silva)





Hamlet

"Com Hamlet, sentimos quantas coisas na vida real são encenação. Ele é uma figura que torna plausível as incongruências e verossímeis as loucuras" (Kathrin Rosenfield)



fonte: http://www.meguimaraes.com/imagensepalavras/arquivo/001075.html



Imagens & Palavras: HAMLET por Kathrin Rosenfield



postado por Heleida

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