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Artigos-->Preconceito de classe -- 07/04/2007 - 18:18 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fernando Zocca





Ouvindo o comunicador Roberto Canázio no programa Se liga Brasil, da Rádio Globo, na tarde de sábado (7), soube que haveria um certo preconceito manifestado pela família do Alemão vencedor do Big Brother 7 em relação à pessoa da Íris.

Boa parte do programa foi dedicado à discussão do tema. Afinal haveria no Brasil preconceito de classe? E se realmente existe esse tal de preconceito, não seria ele muito mais forte e nefasto que o de raça?

Bem, mas antes de respondermos as essas questões é bom termos alguma noção do que dizem os especialistas em sociologia sobre o preconceito de classe.

Preconceito de classe pode ser definido como um conjunto de comportamentos discriminatórios orientados de forma absoluta contra pessoas de outra classe social. Caracteriza-se pelo desprezo das classes sociais superiores contra as inferiores, bem como por atitudes hostis e vingativas das inferiores com relação às que se encontram acima delas.

Classe social aqui pode se definir como camada social ou extrato não hereditário cujos componentes se consideram iguais devido ao mesmo nível econômico, profissional, e por terem as mesmas atitudes morais, filiação religiosa e educacional. A localização das áreas residenciais e o consumo também são variáveis componentes do conceito de classe social.

Nas classes sociais há a chamada permeabilidade, ou seja, são abertas aos movimentos de mobilidade social. Essa mobilidade define-se como deslocamento de grupos ou indivíduos no espaço social.

Entre as classes existe também a chamada distância social (graus de associação) que se descreve como sendo as convenções, e diferenças culturais relativas à própria organização da categoria. Assim, as diferenças da profissão, da nacionalidade, do credo religioso, e da raça podem tornar-se fontes de distância social.

Entre os membros do próprio grupo a distância é mínima, mas entre grupos estranhos é máxima. Melhor definindo: distância social é “o afastamento existente entre os socii de um grupo ou dos grupos em relação uns com os outros”. (Carneiro Leão in Fundamentos de Sociologia, Cap. XVI).

Voltando então às questões iniciais, mas sem entrar no mérito da dúvida (se há ou não preconceito de classe dos pais do Alemão contra a Íris), pode-se dizer que no Brasil esse tal de preconceito de classe é bastante real. Existe sim! É muito bem perceptível e discrimina os pobres, os que não consomem os mesmos bens, os que não se vestem de forma semelhante, os que não têm a mesma profissão. Ou seja, quanto menos igual for o indivíduo mais difícil lhe será a mobilidade social.

O preconceito de raça pode existir de forma tênue, (mesmo porque existe legislação proibitiva), mas o de classe é mais abrangente. Um negro, por ser muito rico, pode não gostar dos pobres. Estes existem em todas as raças. Não há legislação coibindo o preconceito de classe social.

Uma sociedade mais justa é aquela em que todos possam ter as mesmas chances de produzir e usufruir os bens criados pela cultura do seu tempo.

Obra consultada: Dicionário de Sociologia. Editora Globo. Porto Alegre.



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