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Poesias-->S O L I L Ó Q U I O -- 15/07/2002 - 11:24 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
S O L I L Ó Q U I O



Fingir que desapareço,

ignorar-me, tingir meus dias

de cores descabidas.



Fraudar essa existência

em vão provada, sob tribunais

de alçada desconhecida.



Fulanizar um nome, alcunha

destratar um escrivão

que se supunha



lavrar em autos, registros

temporais, donde nasci,

cresci, sofri, defectei.



Desmascarar-me perante a freguesia

do sítio onde habitei

e habitaria



desde que não se me assalte

uma afasia, deglutidora de prosa

e de poesia.



Desautorizar-me a ser eu mesmo

durante as implosões, sem

dor, nem avaria,



durante as abluções, as dores

de escoliose cervical

que então sentia.



Desfragmentar meu disco rígido,

tanto quanto eu na ventania

quando retorno de mim



só poeira, vertigem, insanidade

com meus botões companheiros

de algia.



Desarrumar-me a cama de ilusões

mastigadas ao longo de um dia

sem sol, sem brilho e



sem agenda a vencer hora aprazada,

envergonhada de buscar na noite,

hospedaria.



Saudosamente ou não, devolveria

as chaves da mansão, sem portas

ou janelas de alforria.





Arrumados estão os desmantelos

ajuntados sob um teto baixo,

infestado de ingresia.



Ajuntar os cacos desse vidro

frágil, inócuo, opaco e oblongo,

cujo espaço interno desfar-se-ia.



Recipiente quebrável, inconsistente

feito conversa repentina...

fantasia.



Poeta, sinto-me que sou, errante,

marginal, concludente, onde outro

incauto principia.





Walter Silva

ALDEIA, 15. de julho de 2002.













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