Quatro pessoas consideradas vítimas da ditadura de Pinochet geram constrangimento e chocam o país
É uma situação constrangedora para os defensores dos direitos humanos e para o próprio governo de centro-esquerda do Chile: a Justiça, a pedido do governo, deverá abrir investigação sobre a existência de quatro falsos desaparecidos durante a ditadura militar (1973-1990). Em alguns dos casos, os familiares dos falsos desaparecidos receberam indenizações do governo durante anos.
– Determinei a todas as autoridades responsáveis que concluam a revisão dos casos. Não se podem confundir as coisas. A violação dos direitos humanos é uma vergonha nacional, e não vamos permitir que seja posta em dúvida – disse a presidente Michelle Bachelet.
Michelle recordou que ela mesma foi torturada em um centro de detenção clandestino em 1974, depois da morte do seu pai, o militar Alberto Bachelet, detido após o golpe liderado pelo general Augusto Pinochet, no ano anterior.
Preocupada com a situação e com as conseqüências que ela pode gerar, a presidente pediu "grandeza" às pessoas para não tentar tirar proveito político do "sofrimento de muitas famílias que ainda esperam por verdade e justiça".
O subsecretário do Interior, Patricio Rosende, disse que "as investigações devem ocorrer até as últimas conseqüências, mas – em discurso alinhado ao da presidente – sem que se esqueça que o mais grave é a existência de 1.180 desaparecidos.
Entidades de defesa dos direitos humanos se manifestaram favoráveis às investigações, sempre ressalvando que elas não podem respingar nos dramas humanos resultantes da ditadura chilena. Durante a ditadura militar, cerca de 3 mil chilenos foram mortos ou desapareceram. Outras 50 mil pessoas foram torturadas no país.
Obs.: E no Brasil, quantos seriam os falsos desaparecidos? Muitos dos "desaparecidos" talvez estejam bem vivinhos por aí - aliás, tempos atrás um desaparecido mostrou-se um "aparecido" gozando de boa saúde, fato logo abafado pela canalha Ação Entre Amigos (Comissão dos Desaparecidos e Aparecidos). Por que um antigo terrorista teria sumido das vistas dos próprios kamaradas? Ora, medo de ser "justiçado" pelos companheiros comunas. Durante os anos da matraca, quem era considerado "traidor", seja por acusação de delação, seja por simples suspeita, era condenado à morte por "tribunais revolucionários", bem ao estilo dos atuais chefões do Comando Vermelho e PCC. A única diferença é que na época ainda não existia o micro-ondas... (F. Maier)