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Artigos-->Fim dos estrangeirismos -- 20/04/2007 - 20:45 (Ricardo Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há cerca de dois meses atrás o Jornal do Comércio publicou matéria sobre uma determinação do juiz da 1ª Vara Federal de Guarulhos, Dr. Antônio Muniz Mascarenhas de Souza criando a obrigatoriedade do uso da língua portuguesa na oferta e apresentação de produtos e serviços em todos os tipos de anúncio, inclusive vitrine e prateleiras. Ainda na sentença o magistrado deixou claro que qualquer estrangeirismo ou expressão em língua estrangeira - como as já comuns "sale" e "off", que indicam liquidações e promoções - fica proibida, a não ser que esteja acompanhada de sua tradução.

Cumpre-me a tarefa de registrar nesse espaço minha absoluta concordância com tão acertada decisão judicial, bem como tecer alguns comentários sobre a questão.

Acredito que tenhamos, nós brasileiros, levado muito tempo para dar início ao resgate de uma brasilidade que há muito nos foi tomada, na mão grande, pelo capital estrangeiro. E isso não é conversa de comunista de bar ou de estudante universitário.

A colonização econômica do Brasil pelos EUA é uma realidade que vem desde o final do império e a isso se somou a colonização cultural, que hoje está atingindo seu ápice.

A identidade do Brasil ainda é o carnaval e o samba, sendo que hoje ambos sobrevivem como produtos de exportação .

Isso mesmo! Nossos símbolos culturais são do tipo exportação , ou seja, feitos conforme o gosto dos estrangeiros. Desfiles de escolas de samba, fantasias, enredos, festas, camarotes Vips, e até o próprio samba não mais nos pertencem e sim a quem paga mais e melhor: o alienígena. E se são feitos para eles, se nossos produtos existem para agradar a uma clientela forasteira, porque não colocá-los a venda com propaganda em língua estrangeira? Nisso nossos mestres do marketing (olha só o estrangeirismo aí!) são até bastante honestos.

Existem produtos brasileiros (e que só existem no Brasil mesmo) que já nasceram com nome estrangeiro ou estrangeirizado , a exemplo do Chester, do Bruster, e outros que, apesar de serem produzidos e comercializados aqui, mantêm o nome inglês (ou outro idioma, exceto o português), e aí temos uma infinidade de itens que vai desde chocolates e hambúrgueres a automóveis.

De acordo com a matéria jornalística, um xará meu - profº de marketing Ricardo Bottega da ESPM aqui do RS explica que "uma loja que tenha como público alvo pessoas da classe A e B poderá usar alguns termos estrangeiros e será bem compreendida", terminando por dizer que essa medida pode restringir o varejo pelo fato de que "redes internacionais instruem suas filiais a usarem termos padrão nas promoções, e lojas e shopping centers usam os termos estrangeiros para reforçar sua identidade." É óbvio que uma dessas redes a que o publicitário se refere é a gigante MacDonalds, que, se for cumprir a risca a determinação judicial passaria a chamar o BigMac de GrandeMac!

Mas o professor deixou bem claro: comercialmente a identidade que deve sempre vir em primeiro lugar é a do estrangeiro, não a do nativo povo brasileiro.

A medida tomada pelo Judiciário Federal visa a proteção do consumidor o qual pode ser induzido a erro pelo comerciante que anunciar em língua estrangeira, não possuindo, em princípio, nenhum cunho nacionalista. Todavia, inevitavelmente, reacende o espírito nacionalista que existe em nós.

E isso é necessário para que o cidadão brasileiro recupere o orgulho de ser cidadão brasileiro.

Está na hora de darmos um basta na bestialidade xenomaníaca que grassa em nosso torrão verde-amarelo, onde tudo o que é brasileiro parece ser inferior, menor, ruim e precário.

Para concluir quero deixar aqui um diálogo do filme Contato(Warner) entre os personagens Ellie (Jodie Foster) - a cientista visionária que acredita em vida extraterrestre, o antipático agente da segurança nacional Michael Kitz (James Woods) e um assessor seu, que me parece ser apropriado ao tema.



(44:41) - Os três personagens discutem sobre um estranho sinal pulsante de rádio (possivelmente inteligente) que Ellie descobriu estar vindo do espaço:



Kitz: Expliquem uma coisa para mim: se a fonte do sinal é tão sofisticada para que essa aritmética?

Assessor: Exato! Porque não em inglês?

Ellie: Talvez porque 70% do planeta fala outras línguas!



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