Brilha na sarjeta nivelada um sol cagado,
despencado.
Brilha o grito da garganta do cão encardido.
As suas patas amputadas, os ossos sorvendo a
poeira.
Roubada a carapuça da liberdade do andarilho,
roubada a roda do pensamento prático do cio,
roubada as tripas multiplicadas na cavalgadura
dos anos.
O cão encardido. O cão encardido.
Quem conhece o paradeiro do caçador? Quem sabe o
cimo da navalha?
Deus conta as hemácias perdidas do cão encardido.
O diabo chora o divórcio das patas do cão
encardido.
A vida em desastre, envolvida pelos pedregulhos
dos olhos exteriores,
o cão encardido.
Futuro alimento de nitrogênio.
O cão encardido, qual
Verba volant, scripta manet. |