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Cronicas-->E queria sentar-se em meu colo... -- 26/02/2002 - 07:41 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

... Só que, eu não deixei!

--- Aqui, neste luso pedacinho de terra aonde trago meu corpo e a que sinto minha alma chamar permanacente de "Querida Mãezinha" - estas duas ternas palavrinhas foram ligadas no distante Brasil saídas dos lábios da saudade - cada vez mais e mais, há cerca de uma quinzena de anos a este agora, ouço a música do verbo brasileiro por toda a parte, desde o café ao boteco, ao restaurante, ao convívio quotidiano geral; mal vire esquina ou passe porta pública, depara-se-me o brutinho saboroso que o Roberto Carlos me cantava quando eu era menino. É de pasmar e de deixar sair ólho mesmo em cima de tão capitoso sambinha nádegal, uma autêntica festa de fazer crescer e eriçar pelo da barriga. Admira-me como é que as portuguesas ainda não fizeram manifestação de protesto contra estas ferazinhas que lhes andam roubando os "portugas" na cara.

--- Ao balcão dum snack aonde costumo jantar e habitualmente vou ficando mais um tempinho a bater papo ameno com os amigos, ontem mesmo, estava sentado de meu lado direito um brasileiro muito falante, bem vestidinho, cerca de 30 anos, de cabelo que me pareceu ter sido banhado com água-oxigenada.

--- Bem... O cara, cerveja a cervejinha, estava a bater-se esplêndidamente comigo: o Brasil deslisava em verbo maior, poesia, literatura, e até Jorge Amado veio à ideia do Nelson, que fez questão para que o tratasse obrigatóriamente de Nelsinho. Falei-lhe no evento usinal, mas o Nelsinho, de Usina de Letras, nunca tinha ouvido falar, e também não era nada fã, segundo afirmou de palmada no tampo do balcão, do exercício virtual: "Adoro tudo quanto é vivo, que mexa e remexa". Tudo bem, e o papinho, tentado em transformar-se em papão, foi andando.

--- O vosso Nelsinho gesticulava imenso. Me punha uma mãozinha na lapela e a outra em minha coxa. Agora, reflectindo bem sobre a cena, vê-se claro o projecto do Nelsinho. Em cima do segundo eu não estava vendo nada. Daí à nada me estava pondo bafinho sobre a orelha e ao mesmo tempo passando lábio... Aí, comecei logo a raciocinar como Freud: este cara procura bracinho de bébé para fazer carícia. E queria sentar-se em meu colo... Só que, eu não deixei.

--- Bom dia, Brasil!

------------------ Torre da Guia ----------------
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