Bastou um boato de que o governo chinês iria taxar em 20% os ganhos de capital sobre os investimentos para que ocorresse a maior baixa já registrada na história da Bolsa de Valores de Xangai - a maior do mundo - que despencou em quase 9% no dia 27 de fevereiro, deixando os investidores em estado de pânico. O efeito dominó ocorreu praticamente em todos os mercados mundiais, inclusive no Brasil. Uma neurose geral. Estamos presenciando os sinais de uma velha ordem mundial moribunda, no que diz respeito à fragilidade da sua economia, da necessidade do estabelecimento de uma nova moeda internacional, da corrupção desenfreada em todos os níveis da sociedade, especialmente dos seus governantes. A distribuição da renda é um dos maiores indicativos deste quadro lastimável. Somente as 400 maiores empresas do mundo detêm 80% de toda riqueza produzida no planeta! A ganância pela acumulação da riqueza a qualquer preço tem provocado os maiores danos na natureza: desperdício dos recursos naturais, poluição dos rios, das fontes de água doce, do desmatamento das florestas, do envenenamento da atmosfera, do aquecimento do planeta que provoca o degelo das calotas polares, enchentes e furacões. E tudo isso em nome do “progresso”! Estamos num mundo interdependente, globalizado. A economia mundial, infelizmente, está atrelada ao crescimento econômico das duas maiores locomotivas do planeta: Os Estados Unidos e a China. A economia americana não está crescendo no nível desejado e a desvalorização da sua moeda, - 32,3% nos últimos cinco anos em relação ao Euro - poderá provocar mais dificuldades no ambiente econômico/financeiro internacional, e até mesmo uma grande recessão econômica. Do mesmo modo, o crescimento da economia chinesa não pode ser infindável, com taxas entre 8 a 11% a.a., como vem ocorrendo. Cedo ou tarde haverá um limite de sua expansão, até porque o país já depende de boa parte das matérias primas de outras nações. A especulação financeira internacional não respeita fronteiras e desestabiliza a economia dos países mais vulneráveis, em contraponto à miséria de milhões de seres humanos que se espraia por todos os países pobres. São os sinais de uma civilização moralmente decadente e espiritualmente doente; da ambição desmesurada sem escrúpulos. É o que resta do “capitalismo selvagem”, do mundo cão que ai está.