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Artigos-->A Venezuela é uma República central. Ou seja, uma ditadura. -- 26/04/2007 - 13:18 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“A Venezuela é uma República central e a autonomia aqui não existe”



por Graça Salgueiro (*) em 26 de abril de 2007



Resumo: O ditador Hugo Chávez voltou a insistir que os governadores e prefeitos têm que trabalhar de maneira conjunta e que é urgente instalar a Comissão Central de Planejamento para que todas as ações sejam coordenadas em torno de um projeto único, do “Socialismo do Século XXI”.



© 2007 MidiaSemMascara.org





“O povo foi domado aos poucos, E tudo foi lacrado. Ensinado a gritar quando deveria estar silente, Quieto ficou quando deveria esbravejar” (Poema “Medo” de Yevtushenko).



Com esta frase pronunciada há dois dias, o ditador Hugo Chávez vai apertando o torniquete e sufocando, cada vez mais, o que ainda resta de liberdade, democracia e império da Lei na Venezuela. “A Venezuela é uma República central, a autonomia aqui não existe. Sei que isso não agrada a alguns governadores”. (...) “Alguns gostam de ser autônomos porém aqui não há autonomia, aqui há uma República central, não pode haver governadores que acreditem ser presidentes de uma republiqueta; isso tem que ser combatido e por isso é que nos faz falta um Partido Unido Socialista para evitar esses desvios”, disse Chávez ao inaugurar o Núcleo de Desenvolvimento Endógeno Comunal Povo Novo, no estado de Yaracuy.



E no programa Alô, Presidente do dia seguinte ele voltou a insistir que os governadores e prefeitos têm que trabalhar de maneira conjunta e que é urgente instalar a Comissão Central de Planejamento para que todas as ações sejam coordenadas em torno de um projeto único, do “Socialismo do Século XXI”.



Nesse mesmo programa ele faz uma grave ameaça (e é bom que se guarde bem estas palavras) com relação às manifestações populares que insistem em denunciar o fechamento da mais antiga cadeia de rádio e televisão do país, a Rádio Caracas de Televisão (RCTV): “Não se equivoquem os que andam conspirando de novo, pois podem se arrepender. Senhores ministros da Defesa (Raúl Isaías Baduel) e ministro do Interior e Justiça (Pedro Carreño), vão preparando seu plano de contra-ataque!”. Insiste em dizer que não renovará a concessão e que não adianta se denunciar ante nenhum organismo internacional ou mídias do mundo todo porque a RCTV vai mesmo ser estatizada, vai ser “do povo”. Disse ele: “Não vão me pressionar; em 27 de maio termina a concessão e acabou-se. Esqueçam acabou-se!. Se acreditam que vão me derrotar, vão cair das nuvens que andavam a 20 mil metros de altura outra vez, e vai ser pior para vocês!”. No inicío do mês, hordas de vândalos chavistas fizeram pixações em todo o prédio da RCTV, alegando que aquela instituição privada agora “é do povo”.



Mas a insanidade do ditador não resume-se a isso e, depois da aprovação da Lei Habilitante que lhe dá plenos poderes para agir por decreto, tornando inúteis as casas legislativas, a perseguição à propriedade privada, à liberdade de expressão e de imprensa, os direitos individuais estão sendo todos jogados na lata do lixo deixando a população sem ter a quem recorrer para reclamar seus direitos. No início do ano ele aplaudiu a invasão e tomada de frigoríficos privados diante da cadeia de televisão estatal. Já realizou um sem-número de expropriações de fazendas produtivas. Agora concentra esforços na criação de 12 polos agrários socialistas (Kholkozes?*) e anunciou a conformação do Eixo Centro Caribe, integrado pelos estados de Yaracuy, Lara, Carabobo, Miranda e a região capital. Chávez insta as autoridades a “intervir na luta contra o latifúndio” e diz que o Instituto Nacional de Terras já fez a classificação de acordo com seu nível de produtividade. Tal como ocorre aqui em relação ao MST, as fazendas melhor localizadas e mais bem cuidadas e equipadas é que estão na mira do usurpador da coisa alheia, muitas das quais são centenares, que custaram o suor de várias gerações de famílias; mas que significado tem a palavra “família” para um comunista?



Além da implantação de todas essas práticas castro-comuno-stalinistas, o Chapolim de Miraflores insiste na proposta de um “sistema monetário comunitário” (ver matéria sobre o assunto em Notalatina http://notalatina.blogspot.com/2006_11_19_archive.html) para “facilitar o intercâmbio de produtos entre as comunidades pobres organizadas do país e acabar com a dependência do capitalismo”.



O ódio a tudo que cheire a progresso, prosperidade e livre iniciativa não se resume apenas aos fatos citados acima. Dentre as agressões mais novas o alvo agora são as clínicas privadas que terão de se submeter a um “tabelamento de preços” estabelecido pelo governo que, segundo Chávez, “pode-se aprovar por decreto, graças à Lei Habilitante”. Disse ele: “Vamos regulamentar estritamente (os preços). A clínica que não cumpra, fecha-se! Podemos tomá-la para o Bairro Adentro, como clínica popular”.



Mas o pior e mais degradante de todas essas reformas rumo ao Socialismo do Século XXI é a que diz respeito às Forças Armadas Nacionais (FAN) que agora passa a chamar-se Força Armada Socialista da República Socialista da Venezuela. Com o lema “Socialismo, Pátria ou Morte” Chávez vai transformando as Forças Armadas em uma milícia privada a seu serviço.



Em recente ato na Academia Militar, diante de quase 7.000 reservistas Chávez foi enfático: “Deixemos para trás velhos complexos e paradigmas que foram semeados nestes espaços. Devemos nos assumir como soldados revolucionários, devemos assumir o socialismo como projeto para construir com o nosso povo”. (...) “Socialismo, Pátria ou Morte! Essa é a palavra de ordem que todo soldado venezuelano deve carregar na alma, no peito, em todo o seu ser como soldado da pátria de Bolívar!”. E o Comandante da 41 Brigada Blindada denuncia que Chávez ordenou a pôr um letreiro na frente do Forte Paramacay com os dizeres revolucionários, o que fere o Art. 328 da Constituição, o qual estabelece que nossa “FAN é uma instituição profissional que não tem inclinação política de nenhum tipo ou natureza porque está a serviço do Estado e não do governo”. Chávez, no entanto, deixa o recado claro, curto e grosso como ele: “Hoje todo comandante, em todos os níveis, está obrigado a repetir na hora de hastear a bandeira: ‘Socialismo, Pátria ou Morte!’ e se alguém não se sente cômodo com isso, pois que peça sua baixa e vá fazer outra coisa”.



Alguém duvida que Castro, o morto-vivo, é o grande vitorioso desta infeliz história? Que Deus se apiade do povo venezuelano e não nos permita igual sorte.





* Kholkozes eram as fazendas coletivas criadas pelo Estado soviético.







(*) Graça Salgueiro é jornalista independente, estudiosa do Foro de São Paulo e do regime castro-comunista e de seus avanços na América Latina, especialmente em Cuba, Venezuela, Argentina e Brasil. É articulista do Mídia Sem Máscara, onde também colabora como tradutora e revisora, correspondente brasileira do site La Historia Paralela da Argentina, articulista do jornal "Inconfidência" de Belo Horizonte e proprietária do blog Notalatina.





Obs.: Kholkozes = assentamentos do messetê (F.M.).















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