Dia desses estava conversando com um amigo quando cheguei a uma conclusão socialmente incontestável: a ilusão é algo verdadeiramente necessário em nossas vidas.
No mundo moderno, viver a realidade é tarefa infeliz e que torna a existência do ser humano envolta em amargura e solidão.
Não somos seres bons, antes ao contrário: somos seres essencialmente maus, perversos e que têm a necessidade inafastável de conviver em sociedade.
De maneira que, por esse motivo, não existe nenhuma forma lúcida de felicidade, surgindo daí a necessidade de apelarmos para a ilusão.
Essa ilusão da qual trato aqui é a latu sensu , ou seja, a mais abrangente possível, pois se manifesta em todos os sentidos.
Existe, porém, o que poder-se-ia chamar de agente catalisador de ilusões: o dinheiro.
É esse fator que determina quais são e de que maneira as ilusões irão se manifestar em nossa existência, bem como o grau de intensidade de cada uma.
E daí que temos várias ilusões, sendo as principais: o amor, a amizade, a fidelidade, o desinteresse, o altruísmo, a honestidade, a bondade, a caridade, a humildade, a simplicidade, etc.
Todos vivemos, em menor ou maior grau de intensidade, muitas das ilusões acima, acreditando tratarem-se de posturas e sentimentos verdadeiros.
É sensato afirmar que existem em nossas vidas sentimentos verdadeiros, mas são tão poucos que, ante a grande farsa, parecem não existir.
A partir desse ponto é que podemos estabelecer a diferença entre o que é e o que desejamos que seja ainda que não seja e que saibamos disso.
A ilusão é um doce suave, que nos ajuda a levar a árdua tarefa de convivermos uns com os outros.
Viver uma realidade de indiferença, de individualismo, é viver num inferno.
Viver na falsidade ilusória das regras básicas de civilidade - e acreditar nelas - é viver feliz.
Eu poderia citar vários exemplos aqui, nas prefiro que cada um pense em uma situação especial e particular de ilusão.
Ah, ilusão!
Nossa inseparável e adorável companheira!
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