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cronicas-->no ónibus -- 27/02/2002 - 23:21 (Rafael Vieira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Exposição de motivos:

Poderia colocar esse texto em artigo, conto da vida real, mas preferi crónica para dar um caráter mais incisivo ao comportamento tomado e à situação

No ónibus
Voltava de ónibus, 11:00 da noite, horário em que dificilmente pego ónibus, de um curso para tentar ajudar um pouco a vida profissional, e também permitir compreender melhor as pessoas através da linguística.
Cantarolava em minha mente uma música do Paul Simon- curioso, já que ele compõe musicas sobre a vida real, com estórias e personagens- e avistei uma garota sentada em um dos bancos, de frente para mim- alguns bancos dos ónibus de SP ficam de frente uns para os outros, não sei para quê, é como se quisesse forçar as pessoas a se olharem e se falarem.
Eu do lado dos que já haviam pago, ela antes da catraca. Chamou-me a atenção mais pelo fato de eu ser homem do que propriamente algum atrativo especial, ao menos nesse instante.
Depois de olhar mais um pouco, justamente o fato de ela não ter nenhum charme sensual foi seu charme. Olhei para ela, cara normal, com uma jaqueta que não permitia uma noção de seu corpo. Por trás de seus óculos vi seus olhos, e por trás deles, imaginei uma alma, igualmente simples, talvez até pura.
Tive a impressão que seus olhos também me observavam de soslaio, não sei se era fato, se olhava porquê eu olhava ou se nem mesmo olhava, simplesmente estava em seu campo de visão. O fato é que me interessava cada vez mais
Na hora de ela pagar o cobrador, chamou-o com um sorriso, o que me foi agradável de ver.
Ao passar a catraca, nas costas da jaqueta, "veterinária UNESP". Gosto de mulheres inteligentes... Ser bonita é bom para atrair para a conversa, mas ser burra mina tudo.
Sentou-se perto de mim, do outro lado do corredor, agora de costas. Sentei-me mais de lado, e acho que ela fez o mesmo. Comecei a pensar seriamente sobre a hipótese de ela estar na minha...comecei a imaginar como seria, às 23:15, dirigir a palavra a ela, passar meu telefone, nos encontrarmos depois.
Penúltimo ponto, e eu na mesma. Ela também. Desceríamos no último, e só havia mais uma outra passageira. A hora seria aquela.
Fraquejei. Não sei porque ao certo. Talvez medo da rejeição, talvez para não deixá-la com medo de um maníaco falando com ela tal horário, talvez tivesse pressa pra ir dormir e descansar pra aula do dia seguinte. Vários talvez.
Desci do ónibus, fui pra direita, ela pra esquerda, e provavelmente não nos veremos nunca mais.
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