Cinco presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Navalha, que desarticula esquema de fraude em licitações e desvio de dinheiro público, prestaram depoimento na manhã desta segunda-feira (21) no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Estavam previstos seis interrogatórios, mas os advogados conseguiram adiar o depoimento de Roberto Guimarães, presidente afastado do Banco de Brasília (BRB), para terça-feira (22). Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele deixou a prisão neste domingo (20) à noite. Roberto Guimarães é suspeito de receber propina do grupo chefiado por Zuleido Soares Veras, dono da Gautama.
O conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe Flávio Conceição de Oliveira Neto, que também foi chefe da Casa Civil do ex-governador João Alves Filho, foi o primeiro a falar. Ele é apontado pela PF de ser o elo entre o governo do estado e o empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, que funcionaria como central do esquema de corrupção.
Segundo investigações da Polícia Federal, Flávio Conceição teria desviado R$ 600 mil para a empresa. No Tribunal de Contas de Sergipe, teria articulado o direcionamento de licitações em benefício da Gautama.
O ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares poderá ser ouvido, mas seus advogados também tentam adiar a oitiva. Assim como Roberto Guimarães, o ex-governador conseguiu habeas corpus no Supremo e deixou a carceragem da PF no domingo. José Reinaldo Tavares teria recebido, segundo a PF, propina para facilitar a atuação da empresa Gautama nas licitações para a execução de obras no Maranhão.
Por tratar-se de crimes contra os cofres públicos o esquema assemelha-se aos praticados por outra quadrilha conhecida como a máfia das sanguessugas.
Relembre o caso das Sanguessugas
O esquema obtinha vantagens econômicas com fraudes contra o Estado. Ambulâncias eram superfaturadas e seus preços pagos pelo poder público. As prefeituras para onde eram destinadas recebiam-nas com os valores de mercado. A diferença nos preços era dividida entre os partícipes.
Luiz Antônio Vedoim confirmou na sede da Polícia Federal do Mato Grosso a sua versão já conhecida de que Abel Pereira agia como intermediário entre o então Ministro da Saúde Barjas Negri e a Planam.
Abel Pereira que venceu 37 licitações em Piracicaba, desde 2005 (quando Barjas Negri tomou posse), negou que tivesse intermediado contatos entre o Ministério da Saúde do governo de Fernando Henrique Cardoso e a empresa Planam, indicada como partícipe no escândalo.
Barjas Negri foi convidado a explicar o que sabia para a CPI que investigava a autoria, a materialidade e o modus operandi do grupo apontado como fraudador das licitações.
Barjas Negri (PSDB) é prefeito de Piracicaba eleito com 120.412 votos. (68,2% dos votos válidos).