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Poesias-->Amor e Vida -- 20/07/2002 - 22:44 (Dante Gatto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Amor e Vida



I



Ainda me olhou profundamente antes de sair

e levou consigo alguma coisa de tal forma que

todos os objetos da pequena sala

olharam-me com grande reprovação.

O relógio de parede gritava-me um comunicado urgentíssimo

a tal ponto que as horas

tornaram-se um sentido menor de sua existência.

Afundei-me na poltrona que se tornou enorme

e me abraçou com força crescente

como um lento estrangulamento.



II





Tem ela um sentido claro das coisas e da vida.

Tem ela medo de ser feliz e não saber.

Vive e sofre

revel a aceitação contraditória.



O Amor!?

Não o viveu impunemente

como o fazem os fracos de inteligência e os pobres de espírito.

Não o viveu com egoísmo ou com negligência.

Deu-se de corpo e alma

a ponto de esquecer-se.



Os referenciais estúpidos da sociedade

não tem sobre ela efeito algum,

fiel sempre ao sentimento primeiro

que grita dentro de si.



Toda poesia se esfacela diante dela.

Poesia viva que não carece de palavras.



As palavras, porém,

apesar de perderem o vigor diante dela,

são-lhe de um valor terrível,

de vida e de

morte.



Sua vida, sim, tem sentido.

Sua vida dá sentido à vida.

Sua morte, um dia, será um acontecimento

e aqueles que a conheceram, como eu,

acordarão diferentes

só de imaginar a sua ausência.



III



O quarto escuro e o silêncio,

meu coração e o silêncio.

O vento agitando as folhas...

as árvores resignadas.

O primeiro pássaro na primeira madrugada.

Um cão ao longe,

ao longe um grito,

longe, muito longe.



A água escapando da torneira,

envolvendo delicadamente a mão que a busca e que a leva ao rosto

será outra.

Será outro

o rosto que se dá ao espelho,

como um enigma decifrado.

A luz que entrará pela janela

será a de um sol estranho

e as coisas todas que a receberão

refletirão está luz estranha

mostrando-se outras.



IV



Choraria longamente pela sua

ausência

como um flagelo irreparável

se não houvesse descoberto,

de repente,

quando tudo parecia definitivo,

a Vida.



Dante Gatto

UNEMAT

gattod@terra.com.br
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