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Contos-->SOMOS TODOS BONECOS Cap. I -- 22/05/2002 - 12:08 (Ivan Fuckner) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
-Já vai...hmpffff....já estou de pé (ainda deitado).
-Yang ,eu não vou mais te chamar...é todo o santo dia a mesma história-dizia minha mãe em alto tom.
Mais um dia de vida nesta pacata cidade ,não vejo a hora de me mudar daqui.Essa monotomia me mata.-pensei
rapidamente.
O banheiro parecia um imenso iceberg de tão frio que estava.Quase não me lavei ,a frieza da água
pedrificava meu rosto.Olhara-me no espelho e vi-me de forma diferente ,de uma forma da qual nunca antes
havia feito ,ignorei e desci antes que minha mãe pudesse pela quinta vez,meu nome gritar.
-Bom dia Mãe - disse ao me sentar.
-Você é foda Yang ,eu estou cansada de falar todas as noites para que você durma mais cedo.Daí chega
hoje na hora de acordar você tem dificuldades.
-Relaxa Dona Judite - me referi a ela com uma certa ironia.
-Hoje eu não vou voltar cedo,então leve este lanche pois não vou fazer almoço.Já tinha que ter saído ,
estou atrasada - disse ela toda atrapalhada.
-Tampe bem esse açucareiro para não entrar formiga.
-Não deixe o leite fora da geladeira e n...
-Mãe ,eu sei ,não precisa ficar falando...ás vezes nem parece que tenho 19 anos.-disse meio irritado.
-Se nào quer ouvir essas coisas,não deixe de fazer para não ficar ouvindo.
-Tá bom !! Tá Bom...é melhor você ir né ?? Você não disse que estava atrasada ?? Um pouco mais irritado.
A fome já não mais estava presente ,por um momento eu fiquei puto e sai antes que ela...e dessa vez
deixando tudo na mesa do jeito que ela se incomoda.sei que é o certo ,mas não faço esse tipo de coisa por
mal ,ao contrário de hoje que fiz de propósito.Eu já falei que não gosto de ser acordado daquele modo do
qual ela me acorda.Isso me faz ficar mal-humorado por horas.
A caminho da escola eu pensava o quanto deve ser dificil para minha mãe viver sem meu pai ,depois que
ele morreu tudo ficou tão diferente.Não que eu não sinta a falta dele ,mas perto do que deve ser para minha
mãe ,acho que nem se compara.Mas ,como meu avô dizia:
-"Continue vivendo para que não morra aos poucos".
Essa frase ficará para sempre impressa em minha mente.Eu ainda sou jovem ,tenho a vida inteira pela
frente ,isto é ,se assim tiver de ser-pensava enquanto andava em direção a escola.Tenho meu maior tesouro ,
que é minha amiga e companheira Samanta ,desde pequeno ,sou louco por ela ,pena que ela não sabe disto.
Mas tudo bem ,a vida não é como queríamos que fosse ,além do que qual seria a graça de viver se tudo fos
se do jeito desejado por cada um ??? Nenhuma ,acho eu...
Novamente senti aquela sensação da qual sentira logo ao acordar ,uma ansiedade imensa que fazia parecer
meu coração vir a boca...e ao passar pela praça ,percebi que uma chuva repentina se aproximava ,a mesma escu
recera tudo por onde passava.E por um instante ,parecia que só havia eu ,mas não só naquela rua e sim a sensa
sação de estar sózinho no bairro inteiro ,cidade ,país ,sózinho no mundo...mas que sensação estranha essa ?
O que estaria havendo comigo é como se sentisse um peso em minhas costas ...
De repente uma trovoada estrondosa ,espalhou inúmeros faixos de luz sobre o céu cinzento ,o dia tornou-se
noite em questão de segundos.Antes que eu pudesse perceber qualquer perigo ,uma rajada de energia vinda dos
céus ,rasgava uma árvore que por azar estava ao meu lado.O clarão imenso invadiu meus olhos ,fui arrastado
por uns cinco metros do ponto do qual me encontrava ,tentei me manter mas foi em vão ,desmaiei.
-Ei garoto você esta bem ??? Ei...??
Fui recuperando a consciência.Meus olhos ainda sensíveis ,lentamente voltavam as suas devidas percepções.
-O que aconteceu ??? -Me perguntou um senhor de mais ou menos quarenta anos de idade.
-Nào sei.-Respondi confuso ,tentando por minhas idéias no lugar...
-Ah...sim...estava a caminho da escola ,e derepente veio aquela chuva forte e aquela árvore que eu me encon
trava próximo ,fora atingida fulminantemente por um raio de luz ,um relâmpago talvez ,que acabou me empurrando
e ai acho que desmaiei ,foi muito forte...mas acho que estou bem.
-Acho que você não esta muito bem...-Disse o estranho com um olhar de assustado.
-Estou sim.-disse eu.Não quebrei nada ,não...-e antes que eu terminasse de falar...
Ele em bom tom,me disse:
-Acho que você deve ter batido com a cabeça ou coisa assim...
Mas por que você diz isso ??- Perguntei.
-Porque não choveu ,e muito menos houve algum tipo de trovoada...
Fiquei confuso e perguntei:
-Que horas são ??
E ele respondeu:
-São 7:30.
-Nossa ,vou me atrasar para minha aula.Deixando de lado o fato do qual mencionara um pouco antes.O fato de
não ter chovido e de não ter havido nenhum trovão.A sensação estranha agora era muito mais forte a medida que eu
ia me aproximando da escola.
-O que deve estar havendo ??e o que aconteceu agora pouco ???-Perguntava repetidamente a mim mesmo.
Chegando no portão ,tive a sensação de que não deveria entrar na escola aquele dia ,algo forte e inexplicável
me fazia temer em entrar.
-Devo estar endoidando.-Conversei comigo mesmo novamente.
Era incrível de como eu estava me questionando e refletindo com tanta facilidade e frequência.
Me lembrei que inúmeras vezes Rogério e Carlinhos tentaram me corromper a não assistir aula ,por motivos banais
mas de certa forma divertidos.Como ir ao cinema onde a prima do Carlinhos trabalhava.Ou então deixar de ir a esco
la para aproveitar a casa da namorada de Rogério ,já que sua mãe passava o maior tempo fora de casa ,a Aline até
gostava quando eles deixavam de ir á escola para curtir sua piscina.Aline era uma daquelas garotas que o pai tem
dinheiro de sobra mas nenhum tempo para a própria filha ,eu até acho que ela não sente falta disto ,pois tem tantas
coisas legais ,sempre viaja etc.Por um instante o pensamento sobre a frase marcante de meu avô veio a tona.E minha
consciência começou novamente a se dirigir a mim:
-Pode ela ter de tudo ,as melhores coisas que o dinheiro possa comprar.Mas não pode ter o que eu tinha ,a felici
dade verdadeira ,aquela que jamais poderá ser comprada.
Quando voltei a mim ,percebi que já estava longe da escola e entrar agora na aula ,seria impossível pois, os por
tões a uma hora dessas já estariam fechados.
Buzinas e roncos de carros juntamente as construções pela redondeza ,formavam uma orquestra sem nenhuma harmonia.
Ali estava eu ,perto da Biblioteca ,a única da cidade.
Engraçado.-Pensei comigo.Nunca me interessei em leitura ,mas algo me puxava para o interior da biblioteca.
Deixei-me guiar.Logo ao entrar reparei a decoração antiga e quase morta devido ao tempo e talvez a falta de recur
sos de minha cidade para mantê-la conservada.Descansei minha mochila sobre uma das mesas do salão de leitura e como
se atraído por um imã ,me dirigi a um dos corredores.Peguei um livro sem pensar ,sem saber o assunto.Eu até nem sabia
porque estava naquele lugar???-Questionei comigo mesmo.Esse dia realmente estava sendo muito estranho...muito estranho.
Porque peguei justamente este livro? Qual seria a razão para eu estar aqui e qual seria meu interesse por tal livro?
Logo que me dirigia para o balcão ,percebi um indíviduo que acompanhava meus passos até a bibliotecaria...
-Por favor ...-me dirige a ela com a impressão de que ainda era observado pelo estranho.
-Eu gostaria de levar este livro.
-Sua carteirinha.-Me pediu ela com uma expressão de tédio.
Ao sair da biblioteca ,notei minha lembrança.Aquele senhor que me ajudará logo após o acontecido hoje de manhã...Suas
feições eram semelhantes mas os cabelos eram de cores distintas.Não poderia ser a mesma pessoa.Ou poderia??Acho que devo
estar meio atrapalhado hoje...mas era curioso avaliar minhas atitudes e sensações para com esse dia.Me sentara no banco
da praça ,e sem muita importância ,abri o livro.
Para minha surpresa o livro estava redigido em Hebreu ,o seria em Asteca???-Sempre tive muitas dificuldades para guar
dar História.Lembro-me que ,perdi um ano letivo devido as tais dificuldades.
continua em breve...
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