Não tenho pé de jacarandá, mas um pezinho de limão lá no fundinho do quintal. Aliás quem o plantou foi meu sogro, hoje falecido, (que Deus o tenha em bom lugar). Durante as tardes quentes, quando todo o meu trabalho acha-se findo, enfio-me por debaixo de suas folhas e usufruo da sombra fresca e gratificante.
A vida no interior, você deve saber, não tem tanto movimento assim. Os ruídos são já nossos conhecidos; as pessoas não diferem muito como nas sociedades cosmopolitas. Os rítmos são mais lentos e praticamente todos sabem da vida de todos.
As paixões existem como nas demais formações societárias. Mas no interior são mais contidas. Impera um certo temor respeitoso. A timidêz não foi e creio que não deva ser abolida completamente.
Os passeios são mais calmos. O trabalho menos conflituoso. As intrigas e antipatias têm logo suas origens identificadas. Na verdade tudo se sabe.
As divisões e classificação das pessoas pelas religiões que professam, torna claro quem é quem, e a qual "time" pertencem.
Os meios de comunicação social poucas novidades trazem. O dia a dia hoje, não difere muito do dia a dia de, talvez uma vintena de anos antes.
É certo e correto afirmar que as invenções modificam os hábitos das pessoas, mas é certo e correto afirma-se também que certos traços da personalidade do interiorano mudam menos rapidamente do que os mesmos traços do cosmopolita. Os contatos pessoais de quem mora em locais afastados são mais raros e intensos.
Mas tudo pode se complicar quando faltam postos de trabalho. As aglomerações e seus problemas são inevitáveis. Para a solução de tais réptos é necessário que hajam fontes de energia elétrica barata e limpa que possam propiciar além do lazer sagrado, o trabalho honrado com o qual se sustenta a vida.
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